Nos EUA, AT&T anuncia cobertura 5G “nacional”

Conglomerado divulgou hoje seus resultados financeiros, que apresentaram retração devido ao reflexo da crise gerada pela pandemia de Covid-19, desligamentos na TV paga e desvalorização cambial na América Latina.

A AT&T anunciou hoje, 23, que até 7 de agosto terá rede 5G ativada em âmbito nacional dos Estados Unidos. A empresa não detalhou, no entanto, se faz referência à ativação da rede em todos os estados ou em todas as cidades do país. Em seu site, a tele diz ter 5G em 395 cidades – o país tem mais de 19 mil cidades, incluindo vilarejos.

A tele vai usar frequências abaixo de 6 GHz na maioria das cidades, e milimétricas em 35 delas. O mapa acima, presente no site da companhia, mostra que a cobertura cresceu em relação ao ano passado, mas ainda está longe de ser tão extensa quanto a resultante da tecnologia 4G (LTE).

Em azul claro estão os locais onde haverá 5G. Em azul escuro, as regiões que permanecem atendidas apenas com tecnologias LTE ou inferior. Nos pontos mais claros vivem mais de 205 milhões de pessoas (dois terços da população do país).

Vale destacar, porém, que a companhia vem usando a tecnologia 5G DSS, que permite reaproveitar frequências 4G para a entrega de 5G, o que pode acelerar a implementação em novas áreas.

A gigante norte-americana, que no Brasil controla a Sky, vai permitir o acesso em quase todos os planos móveis sem mudança de preços. No pré-pago, será preciso ser usuário do pacote mais caro, que exige recarga mensal de US$ 50 e oferece franquia de dados de 22 GB. No pós, todos terão o acesso 5G liberado. Em quaisquer casos, evidentemente, será preciso ter um aparelho compatível.

Resultados 2º tri

O grupo AT&T divulgou o lançamento nacional juntamente com os resultados do segundo trimestre do ano. A companhia registrou receitas de US$ 41 bilhões no período, após retração de 9,75%. O lucro líquido tombou 39%, para US$ 1,56 bilhão. O EBTIDA caiu 26%, para US$ 10,82 bilhões.

A queda se deveu ao desaquecimento econômico resultante da pandemia de Covid-19. Também tem reflexos da desvalorização cambial nos países da América Latina em que tem negócios, como México e Brasil. E ainda, a perda de 886 mil clientes na TV paga.

O conglomerado perdeu receita em todas as suas unidades de negócio – mobilidade, entretenimento, corporativo, mídia. A Warnermedia, que reúne os canais de TV paga e estúdios de cinema comprados da antiga Time Warner, apresentou retração de mais de 22% nas receitas. O motivo foi o adiamento de lançamento de filmes nos cinemas, retração na TV paga e menos ganhos com publicidade. O HBO Max, app lançado em maio e que concorre com a Netflix, atingiu 36 milhões de usuários.

Na América Latina, onde é dona da Vrio, empresa que reúne Directv e Sky, a receita caiu de US$ 1,8 bilhão um ano atrás, para US$ 1,2 bilhão agora. Também houve reflexo da Covid-19 e da desvalorização cambial. Sem o efeito do câmbio, alega a AT&T, teria havido crescimento do lucro das operações locais.

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Rafael Bucco

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