Nordeste tem a maior taxa de desemprego e o Sul, a menor

O Nordeste se manteve com o maior índice de desemprego ao longo de todos os trimestres analisados,14,9%. Já a região Sul teve a menor, 6,5%.
Nordeste tem a maior taxa de desemprego e o Sul, a menor - Crédito: Freepik
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O desemprego ficou estável em 26 unidades federação no primeiro trimestre de 2022, frente ao anterior, refletindo a estabilidade da taxa média nacional, que foi de 11,1%. A única queda ocorreu no Amapá (14,2%), que variou -3,3 p.p em relação ao quarto trimestre de 2021. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira, 13, pelo IBGE.

Todas as grandes regiões tiveram taxas de desemprego estáveis na comparação com o último trimestre do ano passado, sendo que o Nordeste (14,9%) se manteve com o maior índice ao longo de todos os trimestres analisados. Já a região Sul teve a menor, 6,5%.

Com estabilidade em quase todos os estados, as maiores taxas de desocupação foram as da Bahia (17,6%), de Pernambuco (17,0%) e Rio de Janeiro (14,9%) e as menores, de Santa Catarina (4,5%), Mato Grosso (5,3%) e Mato Grosso do Sul (6,5%).

No Amapá, único estado com queda, a taxa recuou 3,3 p.p., passando de 17,5% no quarto trimestre de 2021 para 14,2% no primeiro trimestre deste ano. “Essa queda, contudo, não se deve ao aumento no número de pessoas ocupadas, mas a menor pressão das pessoas sem trabalho buscando ocupação no estado. Houve uma queda de 7,3% no número de pessoas na força de trabalho e um aumento de 10,4% no contingente fora da força”, analisa a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

O número de pessoas ocupadas no país ficou em 95,3 milhões, composto por 67,1% de empregados, 4,3% de empregadores, 26,5% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,0% de trabalhadores familiares auxiliares.

Os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria foram do Amapá (35,9%), Amazonas (35,7%), Pará (34,6%) e Rondônia (32,4%), todos estados da região Norte do país. Também foi verificado no Pará o maior percentual de trabalhadores informais (62,9%). Norte e Nordeste concentram os maiores percentuais dessas categorias profissionais.

Por outro lado, Sudeste (69,7%) e Centro-Oeste (71,0%) apresentaram maior participação das categorias dos empregados. Santa Catarina (88,2%) foi o estado com o maior percentual de trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Já no Maranhão (47,3%), menos da metade tinha a carteira assinada.

Rendimento médio cresce somente em São Paulo

No primeiro trimestre deste ano, o rendimento médio mensal recebido pelos trabalhadores foi estimado em R$ 2.548, um aumento de 1,5% em relação ao último trimestre de 2021 (R$ 2.510). Esse valor, porém, é 8,7% menor que o do 1º trimestre do ano passado (R$ 2.789).

“Na comparação com o quarto trimestre de 2021, somente as regiões Norte (R$ 1.985) e Sudeste (R$ 2.875) tiveram expansão significativa no rendimento médio. Já entre as unidades da federação, embora tenha havido uma tendência de leve aumento em boa parte delas, o único estado que realmente teve aumento estatisticamente significativo foi São Paulo (R$ 3.107)”, acrescenta Adriana Beringuy.

Desocupação entre homens e pessoas brancas fica abaixo da média nacional  

A PNAD Contínua trimestral mostra também que enquanto as taxas de desemprego das pessoas brancas (8,9%) e de homens (9,1%) ficaram abaixo da média nacional (11,1%), as das mulheres (13,7%) e de pessoas pretas (13,3%) e pardas (12,9%) continuaram mais altas no primeiro trimestre deste ano.

O desemprego por faixas de idade também ficou estável no período, frente ao trimestre anterior. Mesmo no caso dos jovens de 18 a 24 anos (22,8%), que tradicionalmente têm elevadas taxas de desocupação, não houve crescimento, acompanhando o panorama nacional.

“São jovens ainda em processo de formação, que não têm uma inserção muito efetiva no mercado de trabalho, ocupando, muitas vezes, trabalhos temporários. Eles entram e saem do mercado com mais frequência. Muito em função de, às vezes, terem que compatibilizar estudos com trabalho. Há ainda outros aspectos estruturais, como pouca experiência e qualificação. Por isso, estão rotineiramente pressionando do mercado”, conclui Adriana Beringuy.

(com Agência IBGE)

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Redação DMI

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