Nokia troca de CEO após 10 anos com Rajeev Suri no comando

Pekka Lundmark vem do setor energético e assume o posto em 1º de setembro
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)

A Nokia anunciou hoje, 2, que o presidente e CEO Rajeev Suri deixará a companhia em 1º de setembro, após 10 anos no comando da fabricante. Em seu lugar assume Pekka Lundmark, atual presidente da companhia energética finlandesa Fortum.

No comunicado em que anuncia a mudança de comando, a Nokia ressalta a capacidade de Lundmark em “consistentemente” entregar valor aos acionistas da empresa energética na qual ainda trabalha, onde renovou a estratégia e o posicionamento de mercado.

Suri comanda a Nokia desde 2009, quando esta acabava de se fundir com a Siemens, formando a Nokia Siemens Networks (NSN), então braço de infraestrutura de telecomunicações do grupo finlandês, que chegou a ser o maior fabricante de celulares do planeta na década de 2000.

Com a ascensão de Apple e marcas que usam sistema Android, o grupo vendeu a unidade de smartphones para a Microsoft (que mais tarde a venderia para a Foxconn e a HMD Global), e comprou o controle da NSN. Suri substituiu o CEO, Stephen Elop, no comando de todo o grupo com a missão de fazer uma guinada, e de largada tocou a fusão com outra fabricante de equipamentos de redes fixas, a Alcatel-Lucent.

Desde então, Suri vem batendo na tecla do corte de custos para voltar ao crescimento. Embora a companhia tenha retomado o azul em 2019 depois de sucessivos prejuízos, anunciou no final do ano que deixaria de pagar dividendos para investir no desenvolvimento da tecnologia 5G, uma vez que seus produtos custam mais que os de rivais como Ericsson e Huawei.

Transição

“Com a aquisição da Alcatel-Lucent concluída e o mundo da 5G à nossa frente, fico satisfeito que Lundmark tenha aceitado se juntar à Nokia”, disseRisto Siilasmaa, presidente do conselho da Nokia, no comunicado da saída de Suri. Segundo ele, o futuro CEO e presidente da Nokia tem histórico de “geração de valor em empresas de grande porte”, experiência em redes de telecomunicações, digitalização industrial, conhecimento de mercados fundamentais como Estados Unidos e China, clareza estratégica, “excelência operacional e forte desempenho financeiro”.

Lundmark também insistiu que seu foco será recuperar a capacidade de a Nokia gerar retorno aos sócios. “Juntos podemos criar valor ao acionista através da missão de criar tecnologias para conectar o mundo”, afirma. E acrescentou também que, a seu ver, a Nokia está bem posicionada para a “era da 5G”.

Antes de ir para o setor de energia, o executivo teve diversas posições dentro da Nokia, onde chegou a ser vice-presidente de estratégia e desenvolvimento de negócios para a unidade de redes.

O comunicado da companhia afirma que Suri vinha pedindo para sair há algum tempo, e que sua substituição se dá após um longo planejamento sucessório. Suri teria participado da seleção de Lundmark. “Após 25 anos de Nokia, queria fazer algo diferente”, afirma o ainda CEO do grupo finlandês.

“Em nome do conselho de administração, agradeço a Rajeev pelas contribuições à Nokia, lealdade, compromisso e integridade”, acrescentou Siilasmaa. Após o desligamento com presidente e CEO, Suri seguirá como integrante do conselho de administração até 1º de janeiro de 2021.

Vale lembrar que, sob a gestão de Suri, a Nokia passou de quarta à segunda fabricante de equipamentos para infraestrutura de telecomunicações. Além de orientar a fusão com a Alcatel-Lucent, ele também abriu novas frentes de desenvolvimento de produtos, como em software e licenciamento, e a estratégia de diversificação de clientes (passando a atender o mercado corporativo além das telcos).

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Rafael Bucco

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