No plano alternativo para a Oi, venda de ativos pode render até R$7,9 bi

Mais detalhes da proposta da Moelis e do egípcio Sawiris foram revelados hoje pela companhia. Para os bancos caberia aceitar refinanciamento de empréstimos pelos próximos 17 anos. Fusão com concorrentes locais é descartada.

logo oi verdeA Oi apresentou hoje, 19, ao mercado detalhes do plano alternativo dos bondholders para a recuperação da companhia. O texto, parcialmente divulgado na semana passada, traz mais detalhes sobre como ficaria a nova estrutura da companhia após nova oferta pública de ações no valor de US$ 1,25 bilhão.

A nova estrutura teria o egípcio Naguib Sawiris e sua operadora Orascom como donos de 10,6% da Oi após a oferta e troca de dívidas por ações. Investidores no varejo seriam 4,2%. Investidores âncoras que não Sawiris ficariam com 21,2% da tele.

Do que sobra, 42% ficaria nas mãos de bonholders e dos atuais acionistas – este últimos, bastante diluídos. Exatamente quanto ainda sobraria para a Pharol e Société Mondiale, por exemplo, não está descrito no material. E 5% restantes ficam no tesouro da empresa.

Refinanciamento
A negociação com os bancos e agências internacionais de crédito prevê extensão dos prazos de financiamento por 17 anos. Os juros sobre cerca de R$ 16,6 bilhões atualmente devidos não seriam cobrados pelos próximos cinco anos. A partir do sexto ano, a Oi paga 20% dos empréstimos e amortiza 4% dos juros ano ano, até o décimo ano. Depois, no ano 11, pagaria 80% da dívida bancária e passa a amortizar 11,42% ao ano, até quitar tudo no 17º ano. Os principais financiadores bancários da Oi são Banco do Brasil, BNDES, Caixa e Itaú Unibanco.

Venda de ativos
O plano também já prevê a venda de ativos da Oi graças à mudança no modelo de telecomunicações brasileiro, aprovado a toque de caixa neste ano pelo Congresso. As operações no exterior da Oi poderiam valer até R$ 3,2 bilhões.

Imóveis a ser vendidos renderiam até R$ 3 bilhões. Cinco data centers também iriam a leilão, para angariar R$ 700. A fibra apagada em São Paulo valeria até R$ 700 milhões. As 500 torres de que ainda é dona valem R$ 350 milhões. O os negócios de call center, outros R$ 100 milhões. Ao final das contas, no melhor cenário, a Oi poderia levantar R$ 7,95 bilhões com venda de ativos, boa parte dos quais estavam travados em função do regime de concessões.

O documento descarta, ainda, qualquer possibilidade de fusão entre Oi e uma das três principais concorrentes no mercado brasileiro (TIM, Claro e Vivo). A análise diz que nenhuma empresa conseguiria sustentar uma compra no momento.

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Rafael Bucco

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