Neutras nas redes, veementes nas estratégias diferenciadas

American Tower, Fibrasil, IHS (dona da I-System) e V.tal. têm diferentes estratégias para as suas redes neutras.
Neutras nas redes, veementes na estratégia. Crédito-Freepik
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American Tower, Fibrasil, IHS (I-Sytem) e V.tal. Esses são os players que surgiram nos últimos dois anos no mercado brasileiro com a promessa de infraestrutura de banda larga fixa compartilhada, agonóstica, ou de rede neutra,  aberta para todos os que quiserem usá-la. Se isso é o que une essas empresas, elas se diferenciam na estratégia.

A American Tower, por exemplo, a primeira a comprar uma rede de telecom para ser neutra – adquiriu a infraestrutura da Cemig Telecom em 2018, partiu para a oferta de uma nova rede dedicada à Internet das Coisas. Atualmente, explicou Daniel Laper, diretor senior de Novos Negócios e Fibra da empresa, oferece também a sua rede de fibra ópitca para o provedor de banda larga. Mas só trabalha com rede ativa. “Nós só oferecemos o compartilhamento ativo, a rede ativa, na qual a gente leva até a CTO, para que o provedor faça a ativação do cliente final”, afirmou o executivo no painel  do Futurecom.

A V.tal, por sua vez, tem presença em todo o Brasil (inclusive São Paulo), tanto com a última milha como com a rede de atacado de backbone e backhaul. E, conforme explicou Rafael Marquez , diretor de Marketing da empresa, o que importa é atender às diferentes demandas de seus clientes. “A palavra do jogo é ecossistema. Para atender a diferentes demandas, surgirão novos modelos de negócios e a V.tal tornará essas ofertas mais eficientes”, afirmou ele. Também está na estratégia da empresa investimentos em  data centers. “Mas sempre a regra máxima é a de não competição em relação ao cliente”, completa o executivo.

Já o CEO da Fibrasil, André  Kriger, é enfático: “A Fibrasil não vai fazer edge computing, ou investir em outros ativos. Só trabalha com fibra óptica e é na fibra óptica que quer oferecer o melhor negócio possível”, afirmou.

Já a IHS  não descarta a construção de pequenos data centers para o atendimento das operadoras, mas não quer se envolver com backbones ou redes de transporte. “O nosso foco é, exclusivamente, a rede local”, afirmou Féres Nassar, head da IHS Latam.

Para Andrea Varela,  diretora de Estratégia & Execução da Nokia América Latina, o surgimento dessas redes neutras em tão pouco tempo no mercado brasileiro foi motivado pelo interesse dos fundos de private equity. ” Os ativos de infraestrutura de uma operadora unificada valem dois dígitos, enquanto os ativos separados se valorizam 15 vezes mais”, afirmou.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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