Netflix diz não ver ameaça de novos entrantes no mercado de streaming

Para companhia, há muito espaço para crescimento, mesmo com mais competidores, pois o streaming é ainda um parcela pequena do tempo gasto pelas pessoas diante da TV.

A Netflix divulgou hoje, 16, seus resultados para o primeiro trimestre do ano. E surpreendeu por dizer que não vê ameaças por parte de novos entrantes, como Apple ou Disney – esta anunciou na última semana uma plataforma de vídeo cuja mensalidade custará a metade do que é pago por usuários da Netflix.

“Ambas as companhias são marcas de peso mundial e estamos ansiosos por competir com eles. Os maiores beneficiados serão os criadores de conteúdo e os consumidores, que vão colher os frutos de várias empresas disputando a forma de levar uma melhor experiência de vídeo às audiências”, diz a Netflix no relatório de resultados.

Para a companhia, há espaço de sobra para todos os concorrentes – ao menos por enquanto. Lembra que o Youtube é responsável por 37% do tráfego móvel no mundo, enquanto a Netflix tem apenas 2,4% (dados da consultoria Sandvine). Além disso, no entender dos executivos da empresa, o fenômeno da migração de audiências da TV linear para o streaming está apenas no começo.

“Não achamos que os novos entrantes vão afetar nosso crescimento porque a transição do consumo linear para o entretenimento sob demanda é algo gigantesco e por causa das diferenças nas ofertas de conteúdo. Acreditamos que todos vamos crescer, conforme cada um invista mais e mais em conteúdo e melhore seus serviços e conforme o consumidor continue a deixar de ver a TV linear”, afirma a companhia.

E lembra que nos EUA as horas gastas pelas pessoas assistindo a streaming equivalem a apenas 10% do total de horas gastas diante da TV tradicional paga ou aberta. “Somos menores ainda em outros países e temos neles mais oportunidade de crescimento, assim como em outros dispositivos, como o celular”.

Resultados

A companhia faturou US$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 22,2% em relação ao mesmo período de 2018. O resultado aponta queda no ritmo de expansão das receitas (elas haviam crescido 40% no primeiro tri de 2018).

O lucro líquido foi de US$ 344 milhões, 18,6% maior que no mesmo período de 2018. O EBITDA ficou em US$ 584 milhões, 9,36% maior. A empresa terminou março com 148,86 milhões de assinantes no mundo, 25,2% mais que um ano antes. Adicionou entre janeiro e março 9,6 milhões de clientes.

Para o próximo trimestre, a companhia espera adições de 5 milhões de novos usuários e receitas de US$ 4,9 bilhões.

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Rafael Bucco

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