NEC projeta crescimento de 10% a 15% no seu ano fiscal
Em março de 2018, quando encerra seu atual ano fiscal, a NEC do Brasil espera ter registrado uma expansão de 10% a 15%, resultado considerado muito bom em um país que vive uma prolongada crise econômica. Este desempenho diz mais respeito à estratégia de ampliar suas áreas de atuação além do mercado de telecom, diz Daniel Mirabile, presidente da subsidiária brasileira. Atualmente, 80% do portfólio da companhia é produtos e soluções novos, que não existiam há três anos.
“Nossas vendas de sistemas de telecom continuam muito importantes, mas nossa posição no mercado foi radicalmente mudada para uma empresa de alta tecnologia”, observa Mirabile, um dos incentivadores dessa mudança de rota. Ele assumiu o comando da empresa em setembro de 2014, com o desafio de apresentar e implementar uma nova estratégia para a companhia. Em fevereiro do ano seguinte, o projeto proposto já estava em andamento e dando resultados. Inclusive seu compromisso é dobrar o faturamento em cinco anos.
“Nós percebemos que a NEC tinha dois diferenciais no Brasil. Era detentora mundialmente de altíssima tecnologia, que não usava, e tinha grande capacidade de trabalhar com terceiros, fortalecendo um grande ecossistema”, comenta o executivo. Foram, então, estabelecidos alguns pilares, como a expansão do leque de ofertas na operadora. “Hoje temos três a quatro áreas independentes dentro das operadoras como nossos clientes”, disse.
O segundo pilar diz respeito à união da segurança física com a virtual, com oferta completa de soluções para clientes corporativos. “Somos os únicos a trabalhar dessa forma”, diz. E, por fim, a NEC tem uma unidade em fase de startup, que pode ser muito promissora no futuro: Varejo 4.0.
“Reunimos várias tecnologias, como reconhecimento facial, Big Data e analíticos, Inteligência Artificial e PDVs inteligentes e criamos a Loja do Futuro, que une os mundos físicos e virtuais”, ressaltou. Ou seja, um cliente pode ser reconhecido por um totem que vai lhe fazer oferta customizada de produtos, de acordo com seu perfil e hábitos de compra. Do início ao fim, ou seja até o pagamento, tudo poderá ser feito de forma virtual, sem qualquer contato com os vendedores e com os produtos físicos. Mas, para aqueles que gostam de experimentar os itens nos quais estão interessados, o processo pode ser interrompido e um vendedor assume a operação.
Na avaliação de Mirabile, essa tecnologia ainda terá um tempo de maturação para ganhar escala no mercado brasileiro. Não muito tempo, na sua opinião. “Acho que em três anos, no máximo, estaremos vendo as lojas do futuro operacionais”, acredita. A tecnologia foi exibida pela empresa durante o Futurecom 2017. Também foram apresentadas outras soluções, como o aeroporto do futuro e a operadora do futuro.