Na fronteira do futuro, até ouvido vira alternativa para reconhecimento biométrico

A NEC promove em Tokyo a IExpo 2017, com as tendências tecnológicas em que está apostando. Entre elas, sistemas de reconhecimento facial mas rápidos e em real time, sistemas de reconhecimento pelo ouvido, sistemas para medir as emoções e outras fronteiras a chegar ao mercado em alguns anos.

i-Expo-2017-nec-01Tokyo – O reconhecimento facial, que destaca a NEC como líder dessa tecnologia em todo o mundo, é o primeiro de uma extensa lista de soluções biométricas que a empresa está desenvolvendo. Na iExpo 2017 – evento organizado pela corporação para mostrar ao mercado as suas apostas tecnológicas – foram apresentadas novas evoluções para reconhecimento de iris, de digitais e a mais recente descoberta – o reconhecimento da pessoa pelo ouvido

As soluções estão sendo criadas para aumentar a segurança das pessoas, cidades e governos e para estimular o uso de novas aplicações, conforme a necessidade dos clientes. A “co-criação” é uma marca institucional da empresa japonesa.

Mesmo na tecnologia de reconhecimento facial, onde a empresa se consolida, as inovações não param. Foi apresentada na feira uma plataforma aceleradora que detecta, 20 vezes mais rápido, a pessoa certa entre a multidão de anônimos. A identificação dessa pessoa pode ser feita para inúmeras finalidades – tanto para a proteção e segurança, como para o acesso preferencial de um cliente Vip.

No caso do reconhecimento por íris, a tecnologia avançou bastante permitindo que o reconhecimento se dê a uma distância confortável ao equipamento, o que não ocorria antes. “O reconhecimento da íris deve ser usado para situações de grande risco, que precisam de reconhecimento de vida, como o sistema financeiro”, explica o CEO Brasil da NEC, Daniel Mirabile.

Mirabile encontrou na feira tecnologias mais maduras, já prontas para demonstração para clientes seus e outras ainda em fase de testes. A biometria do ouvido – batizada por AR, ou Acoustic Augmented Reality – é uma das que ainda está na fronteira. A NEC já conseguiu identificar que cada ouvido humano emite um som que é único e exclusivo de cada indivíduo. A tecnologia AR cria, então, um eco desse som, para ser identificado pelos algorítmos de seus softwares. Para Mirabile, no Brasil, essa tecnologia deverá ser útil para as operadoras de celular, que poderão usá-la para prevenção de fraudes em seus call centers.

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Sistema de reconhecimento que poderá ser usado pelas cias aéreas

Os diferentes produtos de reconhecimento facial – que têm sob o guarda-chuva a marca Neo Face – ganharam mais espaço no evento. O NeoFace Watch, que faz a identificação real time ou pós-evento, ganhou novos modelos, como um totem que faz a identificação facial na hora em que a pessoa passa pela máquina. Esse sistema está sendo prospectado para ser usado não apenas pelos agentes de segurança ou de fronteira, mas, também, em verticais de transportes, lojas, jogos, grandes eventos, entre outros. No Brasil, vê Mirabile, pode ser também uma ótima solução para as companhias aéreas, que precisam diminuir as longas filas de seus passageiros.

Telecom

A NEC é também uma grande fornecedora de produtos para as redes de telecomunicações. Embora tenha ficado fora do core da telefonia móvel no resto do mundo, quando houve a migração da 2G para a 3G (e aí perdeu a 4G) e o mundo optou pelo padrão GSM (ela apostava na tecnologia CDMA), poderá ter um novo posicionamento na 5G.

“ Na 5G, a NEC se posiciona como os outros fabricantes, e já tem a BTS, apresentada na feira, o que poderá fazer que com voltemos para o mercado competitivo em 2020”, avalia o CEO do Brasil. Se essa é uma aposta ainda a ser confirmada, a empresa não vai abrir mão de manter o posicionamento junto a esses clientes onde tem a expertise reconhecida, que é no segmento de TI, com a virtualização digital e as plataformas de BSS e OSS.

Além, é claro, da construção dos cabos submarinos, onde detém 30% do mercado, atendido também pela norte-americana TE Subcom e pela finlandesa-francesa Alcatel Submarine Network (comprada pela Nokia).

Segundo Shota Masuda, gerente sênior da divisão de redes submarinas, embora a NEC tenha preferência por lançar os cabos nos mares do Pacífico, construiu o cabo da Angola Cables, que liga Fortaleza à África, porque conseguiu viabilizar o financiamento financeiro para a empreitada da operadora angolana.

A jornalista viajou a convite da NEC Corporation

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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