Operadoras cobram leilão de outras faixas além dos 700 MHz

Empresas querem revisão do limite de espectro que podem possuir e edital para faixas de 1,4 GHz, 2,3 GHz e 3,5 GHz

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Durante o debate travado hoje no seminário promovido pela UnB e Teletime,  nem todas as operadoras se mostraram tão dispostas a competir pelo espectro, até porque a regulamentação atual prevê um limite à quantidade de frequências acumuladas. A Telefônica Vivo, por exemplo, cobrou celeridade na licitação de outras banda.

“Frequência é oxigênio para as operadoras. Vamos avaliar para não cair em problemas de cobertura mais tarde, em obrigações que ficam difíceis de serem cumpridas. E talvez pensar em outras faixa, 2,3Ghz, 1,4GHz. São leilões interessantes que podem até vir antes”, destacou Camilla Tápias, diretora de assuntos jurídico-regulatórios da Telefônica.

A Claro é uma das empresas que dependem de mudanças no spectrum cap (limite de frequências detidas por uma mesma empresa) para cogitar a participação no leilão. Oscar Petersen, diretor jurídico regulatório e institucional, disse que a empresa espera mudanças antes de bater o martelo.

“Ficamos até surpresos com esse leilão de 700 MHz. Não estava no nosso radar um leilão dessa faixa. Estamos aguardando as discussões sobre spectrum cap. Ainda é muito cedo para dar uma posição”, ressaltou.

A Oi afirma que pretende participar, mas dependerá do aporte de capital a ser realizado por credores no âmbito da recuperação judicial.

3,5 GHz

Leandro Guerra, diretor de relações institucionais da TIM, afirma que a empresa tem interesse em mais espectro na faixa de 700MHz, mas também em outras frequências. “Qualquer leilão nos interessa. Temos que observar as condições para analisar o trade off. Estamos aguardando atentamente o movimento da Anatel, mas temos regiões em que um pouco mais de faixa seria bem-vinda”, disse.

Para ele, a Anatel precisa acelerar também a venda dos 3,5GHz já com o intuito de incrementar o desenvolvimento do ecossistema de internet das coisas no país e preparar o terreno para a 5G. “Essa faixa tem que estar na agenda regulatória porque será harmonizada em todo o mundo para a 5G, e será também importante para o atendimento em áreas remotas”, falou.

Quadros, da Anatel, concorda. Segundo ele, a faixa de 3,5GHZ está na agenda. “Há uma dificuldade, pode demorar um pouco porque precisa também de uma limpeza”, observou. Esse espectro é atualmente usado para diversos fins, do radioamador a transmissão de TV por satélite.

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Rafael Bucco

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