MVNO quer regulação do preço das redes das operadoras de celular
Integradoras de MVNO defenderam, nesta terça-feira, 23, a adoção de preço de referência para uso da rede, de forma a balizar as negociações com as operadoras tradicionais. Segundo Marcelo Duarte, da Telecall, MVNE com atuação internacional, a margem das integradoras e das MVNOs ficam muito baixas, o que inviabiliza a competição.
Duarte disse que a Colômbia adotou o preço de referência e o mercado de MVNO deslanchou. No caso do Brasil, apesar do aumento de operadoras virtuais de ISPs, a base de assinantes não passa de 1% do total de usuários da telefonia móvel. Ele afirma que está negociando com 20 ISPs para lançar operação móvel virtual. Dessas, apenas quatro já estão funcionando.
O CEO da Datora, Tomas Fuchs, entende que há outras deficiências que precisam ser sanadas pela Anatel. A regulamentação sobre o modelo de MVNO autorizada é muito restritiva e a implantação é cara, precisando de muito fôlego financeiro para arcar com os custos de implantar uma antena, por exemplo. Além disso, os impostos são altos – é preciso recolher ICMS sobre tudo – e falta equilíbrio para competição. Para ele, a entrada do 5G pode revolucionar esse mercado.
Luiz Júnior, do provedor Tchê Turbo, que acaba de implantar uma MVNO, afirma que demorou mais de seis meses para lançar o serviço, em função da pandemia e da dificuldade em customizar os planos de serviço. Depois de lançada, seu problema maior é explicar para o usuário o que é portabilidade e como pode atender a ele em outras regiões do país.
Roberto Amud, do banco BMG Digital, disse que o seu serviço celular lançado tem agradado aos clientes, mas ele admite que uma parte dos custos mensais são arcados pela instituição financeira. Entre esses custos extras está o uso liberado do WhatsApp, que o banco paga separadamente à Surf Telecom, integradora do serviço. “Nosso objetivo é fidelizar o cliente”, afirmou.
O debate sobre MVNO aconteceu no Seminário de Operadoras Inovadoras, promovido pela Teletime e Mobile Time.