Mudança de status da Telebras não altera planos da Viasat para o Brasil

Lisa Scalpone, gerente-geral para o Brasil e América Latina, diz que a empresa está prestes a iniciar a operação comercial de WiFi comunitário, banda larga residencial e conectividade de bordo na aviação civil.

A previsão de que a Telebras poderá ser privatizada não alterou os planos da Viasat para o Brasil. Ao menos é o que afirma Lisa Scalpone, vice-presidente e gerente-geral da Viasat Brasil e LatAm. A empresa possui contrato para explorar com exclusividade a capacidade civil do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações, o SGDC-1, da estatal.

Segundo ela, faltam poucas semanas para que a Viasat conclua a instalação de todos os 11 mil pontos do programa de inclusão digital Gesac e começar a vender serviços de acesso à internet por WiFi comunitário ou conectividade de bordo para a aviação civil.

A executiva conta, ainda, que embora tenha havido atrasos para o início do funcionamento do satélite, da implementação dos pontos do Gesac, e também dos serviços comerciais, a empresa segue interessada no projeto e o vê como rentável. Confira abaixo.

Que impacto a mudança da Telebras para empresa dependente da União, conforme a Lei do Orçamento de 2020, o que abre a possibilidade de privatização, trará para a Viasat?

Os planos da Viasat se mantêm os mesmos independentemente da mudança de status da Telebras. As duas organizações estão focadas em conectar pessoas no Brasil e estamos atualmente trabalhando para alcançar esse objetivo.

As instalações dos equipamentos dentro do programa Gesac seguem ocorrendo? Quantos equipamentos já foram instalados?

Continuamos instalando novos equipamentos para o programa GESAC e iremos terminar de instalar todos os pontos atualmente autorizados para o programa nas próximas semanas. A parceria entre Viasat e Telebras é capaz de atender a qualquer demanda de novos pontos de instalação com a nossa rede nacional. A Telebras pode informar números mais atualizados e com mais detalhes, mas já anunciamos publicamente a instalação de mais de 10 mil pontos e, apenas no último trimestre de 2019 (de outubro a dezembro), foram mais de 1.500 novas instalações.

Sobre a operação comercial de vocês, quando começam a instalar WiFi Comunitário para fins comerciais no Brasil? A previsão é terminar 2020 com quantos hotspots em funcionamento?

Do ponto de vista comercial, estamos muito animados com as oportunidades que o Brasil oferece. Sobre o WiFi Comunitário no Brasil, nós obtivemos uma série de aprendizados com os testes no estado de São Paulo e, agora estamos usando esses aprendizados para lançar um novo programa beta do WiFi Comunitário na região Nordeste neste mês de fevereiro. Vamos divulgar mais informações após o programa beta estar completo.

E o projeto de conectividade de bordo na aviação, já foi iniciado?

No nosso último relatório de resultados financeiros mencionamos que a Azul Linhas Aéreas irá operar o serviço de comunicação de bordo da Viasat em sua frota, com mais de 100 aeronaves Airbus A320neo e Embraer E195-E2. Por enquanto, só posso contar que em 12 de dezembro de 2019 a Azul realizou o primeiro teste de conectividade em um voo comercial com sucesso.

Há um atraso no início dessas operações. E sabemos que o satélite tem uma vida útil. Há risco de o acordo entre Viasat e Telebras perder a viabilidade em função disso?

A Telebras pode falar com mais detalhes sobre a vida útil e a operação do satélite SGDC-1. A Viasat acredita na viabilidade do projeto e está animada para os próximos lançamentos. Além de termos efetuado uma série de testes de WiFi Comunitário no estado de São Paulo, estamos prontos para começar testes beta na Região Nordeste ainda esse mês. Também estamos em fase de testes de conectividade a bordo em parceria com a Azul e lançaremos nossos serviços de internet residencial nos próximos meses.

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Rafael Bucco

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