MOB Telecom tem forte crescimento após investir em CDN
O Tele.Síntese está publicando semanalmente duas reportagens sobre as tendências e inovações em telecomunicações. O conteúdo completo está no Anuário Tele.Síntese de Inovação 2017, que além de apontar os rumos do setor, elegeu os serviços mais inovadores do último ano. Veja, a seguir, porque a MOB Telecom foi considerada uma das operadoras regionais mais inovadoras depois de investir em redes de distribuição de conteúdo.
O conteúdo mais perto do cliente
Por Roberta Prescott
Levar o conteúdo para mais perto do usuário, melhorar a qualidade da conexão e o serviço de internet banda larga. Esses foram os objetivos da Mob Telecom quando criou, há um ano, dentro de seu data center de Fortaleza (CE), uma rede de distribui- ção de conteúdo (CDN, do inglês Content Delivery Network).
“Com o CDN, percebemos que a nossa oferta de banda larga adquire um diferencial, pois melhora a experiência do usuário. Essa oferta fez crescer o faturamento geral em 104%, em 2016, em relação a 2015. Olhando apenas para o produto de banda larga, o crescimento foi de cerca de 200%, em 2016, em comparação ao ano anterior”, destaca Vanderson Santana (foto), diretor comercial da operadora à época da publicação do Anuário Tele.Síntese de Inovação 2017. Atualmente, o diretor comercial da empresa é Emilson Barros.
A Mob Telecom espera faturar R$ 100 milhões em 2017. Nos últimos três anos, vem dobrando de tamanho – reflexo da expansão territorial e, mais recentemente, da retomada do foco no mercado residencial. A empresa espera crescer na casa dos 70% este ano de 2017, e conta com esse segmento para bater a meta. “Estamos bem posicionados no mercado corporativo. Mas ficamos muito tempo sem investir no residencial, que estava adormecido. Há um ano resolvemos apostar novamente nesse nicho. Então, nos demos conta de que precisávamos ter uma internet banda larga que fizesse a diferen- ça”, explica Santana.
Expansão planejada
A fibra óptica já estava na camada de infraestrutura de backbone há cinco anos, mas faltava chegar à casa do cliente. Assim, o plano que vem sendo executado para conseguir prover o serviço até a casa do usuário, segundo Santana, é passar fibra em uma cidade por mês. Em paralelo, para implantar o CDN, a empresa fechou contrato com provedores de conteúdo como Facebook, Google e Akamai. Sem dar muitos detalhes, Santana diz que o modelo de negócio com esses parceiros não segue um padrão único, mas é variável, dependendo do caso.
Além do data center instalado em um container próprio em Fortaleza, a Mob Telecom utiliza CDNs regionais, que ficam dentro de estruturas menores, em pontos de presença (POP) nas cidades de Juazeiro do Norte e Sobral (CE), São Luís (MA), Teresina (PI), Salvador (BA), Natal (RN), Recife (PE), João Pessoa e Campina Grande (PB). Com servidores regionais armazenando os principais conteúdos, a rede é otimizada e o acesso à internet fica mais rápido.
Com 21 anos de operação, a empresa começou como importadora de produtos de informática no Ceará. Depois tornou-se um provedor de acesso à internet discada. Hoje, oferece conectividade para os mercados residencial, corporativo e de atacado, com entregas para provedores regionais de acesso à internet, como link dedicado de dados; produtos para governo, como conectividade, dados e MPLS; e para o segmento corporativo, como rede de dados, conectividade e produtos de computação em nuvem.
Um marco na história da Mob se deu entre quatro e cinco anos atrás, quando a empresa decidiu investir no mercado de banda larga, mudando o posicionamento para tornar-se uma operadora regional de conectividade. “Apostamos em infraestrutura de fibra óptica, levando a rede até a casa do usuário, e expandimos a cobertura para outras cidades do Ceará e de outros estados das regiões Nordeste e Norte”, relata Santana.
Metas ousadas
Atualmente, a Mob Telecom tem cem pontos de presença em nove estados do Nordeste e mais o Pará, com gerenciamento concentrado em Belém (PA). Para o próximo triênio, a meta é chegar a todas as principais cidades com mais de 100 mil habitantes do Norte e Nordeste do país, puxando fibra óptica até as moradias. Santana, no entanto, não estima quantos nem quais municípios estão na mira. A rede de fibra óptica alcança aproximadamente 8 mil quilômetros. Na carteira de assinantes, somam-se pouco mais de 30 mil diretos e por volta de 500 mil indiretos.
Além do CDN, a Mob Telecom tem um portfólio complementar, com produtos como a conectividade inteligente, que permite que o cliente usufrua da conexão à internet de acordo com o perfil dos seus usuários. “Por exemplo, um ISP que tem um perfil de tráfego com X% para CDNs locais poderá, previamente, optar por esse direcionamento do serviço, o qual tem um custo 30% inferior ao servi- ço sem essa personalização”, explica Santana. Lan- çada em janeiro deste ano, a conexão de dados e IP personalizada conforme necessidades de tráfego do cliente atende às demandas do atacado, como a dos provedores de acesso à internet.
Outra oferta é a plataforma interativa e escalável de computação em nuvem, a Cloud Mob. De acordo com o diretor comercial, trata-se de um produto da linha data center, cujo objetivo é atender a aplicações em nuvem que tenham alto volume de acessos e que necessitem de autonomia e flexibilidade para alterar ou personalizar a capacidade, seja constante ou periódica. “Criamos essa opção em fevereiro deste ano e já constatamos que existe um alto potencial no segmento corporativo, principalmente, para pequenas e médias empresas”, diz ele.
Santana reforça que, com esses produtos, a proposta da Mob Telecom é se posicionar como uma empresa “que tem uma excelente infraestrutura, mas avança dia após dia em soluções completas alinhadas às necessidades do mercado”.