Ministério das Comunicações passa a tratar 5G com Bolsonaro, diz Fábio Faria
O Ministério das Comunicações passa a fazer parte com o presidente Jair Bolsonaro do fluxo de decisões sobre o leilão da telefonia móvel de quinta geração, o 5G, e o eventual banimento da gigante chinesa Huawei da infraestrutura da nova tecnologia. Foi que o afirmou hoje, 8, em uma entrevista-relâmpago de três minutos, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, após se reunir com os presidentes das cinco maiores operadores de telecomunicações do país – Claro, Oi, Tim, Vivo e Algar.
“Nós iremos tratar esse tema no Ministério das Comunicações e na Presidência da República. Esse será o fluxo desse assunto”, afirmou. Em seguida, declarou que “esse é um tema que será tratado entre mim e o presidente da República”, ao ser questionado sobre declarações do vice-presidente Hamilton Mourão contra o banimento da multinacional chinesa. O governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, afirma, sem oferecer provas, que os equipamentos da Huawei podem ser usados para fins de espionagem por parte do governo da China.
“Até porque o vice-presidente Mourão está com Conselho da Amazônia, que demanda muita atenção, muito trabalho, então, ele não vai ter tempo para ficar tratando também do tema do 5G, que está sendo bem tratado aqui pelo Ministério”, acrescentou Faria.
Ontem, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que os brasileiros pagarão mais caro se a empresa não fornecer a tecnologia para implantação do 5G no país, já que parte da infraestrutura do 3G e 4G disponível no país é da Huawei. “Se, por um acaso, dissessem: ‘A Huawei não pode fornecer equipamento’, vai custar muito mais caro. Porque vai ter que desmantelar tudo que tem aqui, porque ela não fala com os equipamentos das outras. E quem é que vai pagar esta conta? Somos nós, consumidores. Eu vejo dessa forma”, disse durante um evento em São Paulo.
Com essas declarações o ministro Faria anuncia sua inclusão nas discussões e decisões sobre a 5G e a Huawei, tirando o protagonismo do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República. A esse órgão é atribuída a missão de fazer uma instrução normativa que tire a empresa asiática da rede da nova tecnologia, cujo leilão deve ocorrer no primeiro semestre de 2021.
R$ 100 bi
Na reunião presencial e virtual com os executivos, os presidentes das teles apresentaram números sobre a retirada da Huawei da lista de fornecedores que irão atender as operadoras vitoriosas na disputa. Segundo fontes do setor, as empresas apresentam a estimativa de que essa medida, se adotada, vai causar um rombo de R$ 100 bilhões no setor. Somente a Vivo teria estimado um impacto negativo de R$ 40 bilhões.