MetaIndústria: Projeto que leva tendências às fábricas amplia caminho para 5G

Iniciativa da ABDI e SPI, em parceria com empresas nacionais e multinacionais, constrói complexo ciberfísico que reproduz chão de fábrica e proporciona estimativas de ganho de produtividade com investimento em tecnologia.
Fotos: Lula Lopes/ABDI
Lançamento da MetaIndústria apresenta solução de realidade virtual imersiva | Foto: Lula Lopes/ABDI

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a SPI Integração de Sistemas lançaram nesta quarta-feira, 30, em Brasília, o projeto MetaIndústria, que reúne soluções tecnológicas desenvolvidas por empresas nacionais e multinacionais, aplicando tendências de inovação, para que sejam testadas em ambiente ciberfísico – com fundamentos do metaverso – em adaptação a diversas demandas do mercado. O objetivo é atender 100 instituições até 2025 e estimular o investimento em inovação.

Soluções já desenvolvidas possibilitam monitoramento remoto de atividades, equipamentos de segurança do trabalho, aprimoramento de peças de engenharia, rastreamento de colaboradores e produtos, simulação de produção industrial em realidade aumentada e alta definição, além de plataforma de gestão automatizada de dados das máquinas com inteligência artificial. As aplicações podem ser implementadas com conectividade de banda larga fixa, rede móvel 4G ou, com destaques de especialistas, o 5G e seus potenciais.

O corpo diretivo do projeto é um conselho consultivo, chamado de Future Board, formado por executivos da Nestlé, Braskem, São Martinho, Bio-Manguinhos, Petrobras, Dexco, Aché, GM e Boticário.

Conselho Consultivo da MetaIndústria | Foto: Lula Lopes/ABDI

Já os parceiros do Metalndústria, envolvidos no desenvolvimento dos serviços e produtos de tecnologia, são: Qualcomm Serviços de Telecomunicações Ltda. (Qualcomm Brasil), SiDi (Instituto de Ciência e Tecnologia), Nokia, Nokia Bell Labs, Siemens, NVIDIA, Universal Robots, Rockwell Automation, Dassault Systèmes. Labsoft, Promon Engenharia, RVC, Eletronor, TD Synnex, N&DC, Dimensional, EDGE, Virtual Plant, ESS Consultoria, F2IT, Contric, ESSS, SGS, Phoenix Contact, Omron, Support, Cristina Cuppone Designer e KUKA.

Laboratórios e 5G

As entidades definem o resultado do projeto como um “ecossistema de colaboração, automação e comunicação”, que terá um complexo para desenvolvimento e testes de execução, formado por dois centros de engenharia e quatro laboratórios.

Os centros de engenharia estão em São Caetano do Sul (SP) e São Leopoldo (RS). Quanto aos laboratórios, um será de digitalização, outro de automação e mais dois “Metalndústria Labs”, de estrutura ciberfísica – um já em operação na sede da SPI em São Paulo e outro está sendo desenvolvido em parceria com a Unisinos, no Rio Grande do Sul.

O líder do projeto MetaIndústria na ABDI, Valdênio Araújo, explica que o completo é uma “estrutura física de laboratórios que representam de maneira muito fiel a realidade do chão de fábrica e uma camada virtual que faz a convergência de dados”.

O processamento de dados é feito a partir do Data ABDI, laboratório da agência, com tecnologia 5G, que vai consolidar todas as informações que podem ser escaladas para soluções futuras, inclusive, o desempenho da rede móvel.

“É muito mais fácil você ter um ambiente desse para fazer um teste de desempenho de rede 5G sem ter que, por exemplo, fazer uma interferência no chão de fábrica, que tem um custo muito alto. Então, esse ambiente nos proporciona todas as condições de controle sobre todas as variáveis que possam impactar a produtividade”, explica Araújo.

Indústria 4.0 e governo

O projeto é lançado no momento em que o governo federal defende o desenvolvimento da Indústria 4.0 no país, inclusive com Conselho Nacional sobre o tema, que reúne representantes da iniciativa privada. A ABDI, entidade que nasceu como um serviço social autônomo vinculado ao Executivo, entende que o projeto colabora com a estratégia nacional.

A iniciativa visa atingir principalmente as empresas que estão “entre um estágio inicial e um estágio não completo de amadurecimento em relação à indústria 4.0”, que são considerados os principais demandantes de soluções tecnológicas.

“É um processo de amadurecimento e, para mudar esse nível de maturidade, é preciso ter um alinhamento de esforços entre governo, iniciativa privada e, principalmente, aqueles demandantes”, afirmou Araújo.

Ainda segundo o executivo, a reprodução de soluções em ambiente virtual visa “mudar o mindset das empresas e fazer com que se quebre a grande dificuldade que é fazer investimento em tecnologia”.

A disponibilidade das ferramentas para as empresas ocorrerá gradualmente, a partir de outubro. Saiba mais neste link. 

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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