Meta cita incertezas regulatórias e adia lançamento de IA no Brasil

Empresa está suspensa de usar dados pessoais para treinar modelos de IA pela ANPD; recurso generativo disponível no Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger chega pela primeira vez a países da América Latina
Meta adia lançamento de IA no Brasil por "incertezas regulatórias"
Meta adia o lançamento de IA em aplicativos no Brasil (crédito: Freepik)

A Meta anunciou, nesta terça-feira, 23, a expansão do acesso à sua Inteligência Artificial (IA) embarcada em aplicativos para 22 países. Pela primeira vez, o recurso será disponibilizado em nações da América Latina, mas o Brasil ficou fora da lista.

O conglomerado de redes sociais disse que adiou o lançamento do Meta AI no Brasil “devido a incertezas regulatórias locais”. Por decisão da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a empresa está suspensa de usar dados pessoais de brasileiros para treinar os seus sistemas de IA generativa.

“Continuaremos trabalhando em colaboração com as autoridades locais competentes para que o Brasil tenha acesso – e seja devidamente atendido – pelo mesmo nível de inovação em IA que estamos levando a outros países, inclusive na América Latina”, disse a Meta, em comunicado.

Nesta terça, a IA da companhia foi disponibilizada em países como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e México. A ferramenta funciona em aplicativos como WhatsApp, Instagram, Facebook e Messenger. Novos idiomas também foram adicionados, como francês, alemão, hindi, escrita romanizada em hindi, italiano e espanhol. Mesmo sem o Brasil, o português entrou na atualização.

Na prática, o Meta AI permite que o usuário gere imagens com base em descrições textuais, escreva códigos rapidamente e resolva problemas matemáticas, entre outras funções.

Llama 3

A Meta também anunciou o lançamento do Llama 3.1 405B, uma versão atualizado do grande modelo de linguagem (LLM) de código aberto Llama 3.

“Acreditamos que a última geração do Llama irá desencadear novas aplicações e paradigmas de modelagem, incluindo a geração de dados sintéticos para permitir a melhoria e o treinamento de modelos menores, bem como a destilação de modelos – uma capacidade que nunca foi alcançada nesta escala em código aberto”, diz a big tech, em comunicado.

Em carta publicada no site da Meta, o CEO, Mark Zuckerberg, defendeu modelos de IA de código aberto, em oposição a sistemas fechados, como o ChatGPT, da OpenAI. “No próximo ano, esperamos que os futuros modelos Llama se tornem os mais avançados da indústria”, afirmou o fundador do Facebook.

O modelo pode ser acessado por meio de plataformas de nuvem parceiras, como AWS, Nvidia, Datrabricks, Groq, Dell, Azure e Google Cloud.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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