Mercado de TI brasileiro encolheu 3,6% em 2016
O mercado brasileiro de Tecnologia da Informação, incluindo hardware, software, serviços e exportações de TI, movimentou US$ 39,6 bilhões em 2016, representando 2,1% do PIB brasileiro e 1,9% do total de investimentos de TI no mundo.
O resultado é inferior ao visto em 2015, quando o mercado local movimentou US$ 60 bilhões. Em Reais a queda foi de 3,6%, passando de um mercado de R$ 141 bilhões em 2015, para R$ 132 bilhões em 2016.
Os dados fazem parte do estudo Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendência, lançado ontem pela Abes e pelo IDC Brasil. E mostram que o desempenho ruim fez o país perder duas posições no ranking mundial dos maiores geradores de receita com software e serviços.
Com isso, o país passou a ocupar a nona posição, atrás de EUA, Reino Unido, Japão, Alemanha, França, China, Canadá e Austrália. Ao todo, o mercado mundial de software e serviços movimentou US$ 1 trilhão, dos quais 45,3% nos EUA. O Brasil ficou com 1,7% da fatia.
Software e Serviços
Outro dado alarmante do estudo diz respeito à produção nacional. Apenas 22,5% da receita do mercado de software veio de vendas de programas brasileiros. Outros 75,5% foram de vendas de produtos importados, e 2% de vendas para o exterior. Ao todo, o segmento de software movimentou US$ 8,6 bilhões – ante US$ 12,5 bilhões em 2015.
Já o mercado de serviços movimentou US$ 10,7 bilhões, contra US$ 14,9 bilhões um ano antes. Foi dominado pelos prestadores locais, como era de se esperar. Cerca de 85,4% das receitas ficaram nas mãos de empresas de desenvolvimento domésticas. O restante se dividiu entre produtos sob encomenda, desenvolvidos no exterior, ou com destino ao exterior.
O grande responsável pela retração do setor de TI foi o segmento de hardware. Em 2016 registrou receita de US$ 20,1 bilhões, ante US$ 33,6 bilhões em 2015.
Previsões
O estudo traz ainda previsões para o ano de 2017. Indica que neste segundo semestre haverá um crescimento relevante da internet das coisas no Brasil. Junto com ela, ferramentas de analytics para lidar com o volume de dados. A realidade virtual ou aumentada será mais usada, mas com foco em marketing. E a nuvem pública vai se popularizar, crescendo 20% em relação a 2016.
[Atualização: O Tele.Síntese errou no artigo original ao dizer que o encolhimento do setor foi de 6,3% em 2016. Na verdade, a queda foi de 3,6%. Também errou ao informar retração de 34% do mercado, se convertido em dólares. A retração em moeda estrangeira não é comparável pois envolve câmbios em patamares distintos e normalizados ano a ano.]