Mercado de RAN só vai se recuperar com o 6G, prevê Dell’Oro

Consultoria estima que as vendas de rádios 5G seguirão em baixa até 2029; para o 6G, a projeção é de que as vendas de RAN alcancem US$ 30 bilhões até 2033
Mercado de RAN só se recupera com o 6G, projeta Dell'Oro
6G é a esperança para o mercado de RAN (crédito: Freepik)

O mercado de redes de acesso via rádio (RAN, na sigla em inglês) deve continuar em queda até a chegado do 6G, cujo processo de ativação deve começar em 2030 em alguns países, estima a Dell’Oro.

Em relatório, a consultoria especializada em telecomunicações aponta que as vendas dos rádios de telefonia móvel devem ter em 2024 “um segundo ano consecutivo de quedas acentuadas”. O declínio deve diminuir a partir do ano que vem, mas não há previsão de crescimento até o lançamento da próxima geração celular.

“A pressão descendente deverá persistir até que o 6G se torne uma realidade”, afirma a consultoria.

Segundo a Dell’Oro, as receitas de RAN dedicadas à sexta geração móvel devem chegar a US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 169 bilhões) até 2033.

Mercado em baixa

Na avaliação da consultoria, o mercado de RAN seguirá em baixa até 2029 em função do ceticismo que tomou conta da decisão de realizar investimentos adicionais em novas tecnologias. Isso é atribuído ao “excesso de promessas do 5G” e à sua “incapacidade de alterar significativamente a tendência de estabilização das receitas”.

“Algum ceticismo é justificado. Afinal, as operadoras investiram mais de US$ 2 trilhões [R$ 11,26 trilhões] em capex sem fio entre 2010 e 2023 para construir [as redes] 4G e 5G, mas as receitas permanecem estáveis”, analisa Stefan Pongratz, vice-presidente de pesquisa de RAN e Telecom Capex do Grupo Dell’Oro.

Segundo o especialista, as operadoras precisarão otimizar os seus roteiros de espectro para lidar com a demanda por tráfego de dados. No entanto, indica que o crescimento do tráfego de dados deve abrandar, de modo que será mais fácil adequar os investimentos em RAN. Por outro lado, esse cenário deve colaborar para a fraqueza das vendas dos rádios 5G.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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