Mercado brasileiro de telecom deve crescer 0,7% em 2020, prevê IDC

Operadoras vão enfrentar diferentes empresas em SD-WAN, mas vão crescer em serviços gerenciados, encarando gigantes de TI.
Business vector created by Timmdesign - Freepik.com
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A consultoria IDC Brasil prevê que o mercado de telecomunicações brasileiro vai crescer em 2020, invertendo o sinal do que era esperado para 2019. Segundo a empresa de pesquisa, o setor terá expansão de 0,7% em receitas, ante retração de 0,4% ano passado. O crescimento será puxado pela demanda por serviços de dados.

O mercado de TICs como um todo, que reúne também software, serviços e hardware, deverá crescer 4,9%. O segmento de TI terá expansão de 5,8% em função do crescimento de investimentos em nuvem e em software. A expansão também está alinhada como uma perspectiva de crescimento do PIB acima de 2%, melhor, portanto, que o 0,9% estimado para 2019.

Conforme as projeções da consultoria, divulgadas hoje para a imprensa, em São Paulo, o Brasil deve perder uma posição em relevância no mercado global de TICs. O país, que em 2016 era o sexto maior consumidor de tecnologia da informação e comunicação, ano passado tornou-se o 7º mercado, e este ano deve ir para 8º.

Apesar dessa retração, que também tem relação com a desvalorização do real frente o dólar, continuaremos como principal mercado da América Latina, representando 36% dos negócios em TICs da região, e 2,3% dos negócios mundiais na área, movimentando US$ 86 bilhões.

Previsões

A IDC traçou 10 previsões para o que deve acontecer no mercado local neste ano. A primeira será o aumento da demanda de serviços por segurança e privacidade por parte das empresas, em função da entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

A segunda tendência é o aumento do investimento em sistemas de análise de dados em massa (analytics) e inteligência artificial de código aberto, por terem custo de implementação mais baixo. O segmento deve movimentar US$ 548 milhões neste ano.

A terceira tendência aponta continuidade da adoção da nuvem, com mais empresas recorrendo a nuvens públicas. Este segmento deve movimentar US$ 3,5 bilhões neste ano, 36,6% mais que no ano passado.

A expansão da nuvem acarretará uma oferta mais variada, e origina a quarta tendência: a necessidade por serviços de nuvem gerenciada, uma vez que quase metade das empresas diz que vai investir em mais de uma nuvem. O segmento, embora ainda pequeno para o mercado de TIC como um todo, vai crescer 40%, atingindo valor de R$ 1,2 bilhão.

A quinta previsão dá conta de que as aplicações vão seguir se modernizando. Pode parecer estranho, mas apenas 27% das aplicações em uso nas empresas têm arquitetura “cloud-enabled”, ou seja, permitem o uso a partir da nuvem e não a partir de data centers próprios. A tendência é que o conceito de Plataforma como Serviços (PaaS, na sigla em inglês), ganhe relevância e fature US$ 678 milhões.

As soluções SD-WAN também continuam a ganhar força, e serão implantadas cada vez mais com a finalidade de facilitar a entrega de serviços gerenciados de rede e segurança. A IDC aponta, aqui, que haverá forte concorrência para as operadoras no segmento, uma vez que 47% das empresas consideram contratar fornecedores diferentes das grandes empresas de telecomunicações para SD-WAN. E a receita desse tipo de serviço deverá expandir-se em 70%.

O IoT segue firme como tendência, independente de qualquer regulação sobre o assunto, segundo os consultores da IDC Brasil. Em 2020, a tecnologia deve se consolidar como elemento central para a automação de empresas. Espera-se que o mercado movimente US$ 9,9 bilhões, uma alta de 10% a 20% em relação a 2019.

As grandes operadoras de telecomunicação estão no centro da previsão número 8. Segundo a IDC, elas continuam a se transformar digitalmente, e com isso vão ter papel decisivo na massificação de serviços digitais. Diz a consultoria que serviços de segurança, serviços gerenciados, serviços profissionais, IoT e IaaS serão segmentos onde as grandes têm chances de colher bons resultados. As empresas continuarão a fechar inúmeras parcerias para oferecer um leque ampliado de serviços. E com isso, vão abocanhar 10% do mercado total de serviços gerenciados, que hoje são (e continuarão a ser) dominados por gigantes de TI.

A recessão econômica deixou um rastro de achatamento de receitas, e a valorização cambial elevou preços de equipamentos. Diante dessa realidade, a previsão 9 diz que o mercado de DaaS (dispositivos como serviço) vai crescer também em 2020. Este mercado deve crescer 12%, superando os R$ 2 bilhões, puxado pelo consumo de pequenas empresas no interior do país.

Por fim, a IDC diz que 2020 é o ano em que os produtos smart vão emplacar no Brasil. Estes produtos são os alto-falantes inteligentes, os dispositivos vestíveis, e aparelhos para casa conectada. Mais empresas vão realizar lançamento localmente, com tecnologias que compreendem português, ampliando a acessibilidade. A estimativa é que os vestíveis cresçam 62% em unidades vendidas, os alto falantes cresçam em 50%, também em volume, e os dispositivos de casa inteligente cresçam mais que 55%.

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Rafael Bucco

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