Medo do mercado em relação a Lula diminuiu, diz Campos Neto

Presidente do BC afirma que o mercado passou a ser menos receoso com o favoritismo de Lula nas intenções de voto para as próximas eleições.
Medo do mercado em relação a Lula diminuiu, diz Campos Neto - Crédito Flickr BC
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central – Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avalia que diminuiu a tensão do mercado financeiro com uma eventual vitória do ex-presidente Lula nas próximas eleições. Campos Neto participou do programa da jornalista Miriam Leitão, na Globonews, na noite dessa segunda-feira, 14.

Ao ser questionado pela jornalista se haveria turbulência no mercado em uma eventual vitória de Lula, o executivo comentou a reação do mercado que passou a ver um menor risco de medidas extremas.

“Nos preços de mercado, o que tem acontecido mais recentemente é uma eliminação de vários preços que mostram o risco da passagem de um governo para outro. Mais recentemente, a gente vê, quando olha esses preços, que eles atenuaram. Caíram um pouco. Significa que o mercado passou a ser menos receoso da passagem de um governo para o outro. Isso é o que a gente pode interpretar”, afirmou.

“O Banco Central, continuou Campos Neto ao falar da candidatura de Lula, ganhou a posição de autonomia exatamente para ter independência entre o ciclo político e os ciclos de política monetária. Não cabe fazer comentários sobre o que seria cada candidato. Então a nossa interpretação é dos preços do mercado. Ele removeu um pouco o risco de cauda de passagem de um governo para outro. Mas é muito cedo, muitas coisas devem acontecer no processo eleitoral”, refletiu.

Campos Neto evitou criticar o governo Bolsonaro ao responder a jornalista sobre a possibilidade de boicote de investidores diante do aumento do desmatamento da Amazônia. Na análise dele, a sustentabilidade é um anseio da sociedade e o pós-Covid será marcado pelo desejo de crescimento sustentável e inclusivo e isso se espelha nas decisões de investidores, destacando a “agenda verde” do BC.

Combate à inflação

O presidente do BC reforçou que o combate à inflação é a principal missão da autarquia e que a política monetária restritiva é o melhor caminho para atingir esse objetivo. “Se a inflação sai do controle e desancora, todo o resto das variáveis macroeconômicas se desorganizam muito rápido. E como o Brasil tem uma memória inflacionária muito viva, a desorganização é muito mais acelerada”, afirmou. “Entendemos que tem uma janela de atuação e vamos atuar. Temos adotado uma linguagem forte nesse sentido. Entendemos que o instrumento que nós temos é eficiente e vamos usá-lo.”

Pix

Sobre os recentes vazamentos do Pix, Campos Neto disse que o BC optou por uma linha de “transparência total” dos problemas. “Então vamos avisar sempre que tiver qualquer tipo de vazamento, mesmo que o vazamento seja pequeno e que os dados não sejam relevantes”, afirmou. “Não queremos banalizar vazamento de dados, vamos aperfeiçoar o sistema para que não haja vazamentos.”

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Redação DMI

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