MCom vê financiamento como um dos caminhos para ampliar redes comunitárias
Em seminário sobre os desafios das redes comunitárias, o diretor de Investimento e Inovação do Ministério das Comunicações (MCom), Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo, falou sobre as soluções que podem ser adotadas pela pasta com o objetivo de contribuir para a expansão. Para ele, o financiamento é um dos caminhos.
“Vejo um caminho aqui parecido com o que a gente adotou para a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas. A gente tem linhas de financiamento diferenciadas voltadas para prestadores de serviços de telecomunicações caso o projeto abranja escolas. Me parece um desenho que pode ser aplicado para redes comunitárias”, disse.
Entre as ações do goberno, o diretor ressalta que a infraestrutura voltada para a escola também deve beneficiar os arredores. “Do ponto de vista das telecomunicações também é preciso considerar que aquela fibra óptica que chega na escola vai promover a oferta e ampliação de conectividade na comunidade que circunda a escola”, explicou Araújo.
Anatel
O seminário foi uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Redes Comunitárias da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Escolhida para representar todas as redes comunitárias na mesa de abertura, a vice-presidente da Sociedade da Internet no Brasil (ISOC Brasil), Raquel Gatto, explicou que falta muito pouco para conectar toda a população “mas esse tantinho que falta é o mais difícil, tanto por obstáculos geográficos, com locais de difícil acesso, tanto pela falta de interesse econômico”.
Gatto destacou levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) que apontou a insegurança sobre a manutenção das redes comunitárias no país.
A pesquisa, divulgada em 2022, aplicou questionários a gestores e quando perguntados obre quão seguros estavam de que a sua rede estaria funcionando nos próximos 12 meses, 52,5% dos representantes das redes (21 entre as 40 investigadas) afirmam estar muito seguros ou seguros de que a rede continuaria funcionando nos próximos 12 meses; 17,5% declaram estar nem seguros nem inseguros sobre o funcionamento; e 22,5% declaram estar pouco ou nada seguros, representando quase um quarto das redes analisadas.
Para Gatto, o dado é alarmante e cabe ao Estado tomar medidas para a mitigação do problema.
Ao final do debate, o conselheiro interino Nilo Pasquali concluiu que é preciso enxergar o tema levando em conta que se trata de “uma comunidade em rede”, para além da conexão.
Com informações do MCom e Anatel*