MCom aposta em data centers para acelerar as Smart Cities no Brasil

Entre as iniciativas do Ministério das Comunicações, mostradas no Smartcities Mundi 2025, estão o incentivo à construção de data centers e à implantação de cabos submarinos, pilares fundamentais para o desenvolvimento tecnológico e urbano do Brasil.

data centers

Durante o Smart Cities Mundi 2025, evento sobre cidades inteligentes promovido pelo Tele.Síntese, realizado hoje, 28, o Ministério das Comunicações (MCom) apresentou as iniciativas de políticas públicas voltadas à aceleração da transformação digital e à implantação de smart cities em todo o território nacional – e entre os destaques, estão o incentivo à construção de data centers e à implantação de cabos submarinos.

Estes são pilares fundamentais para o desenvolvimento tecnológico e urbano do Brasil, segundo Hermano Barros Tercius, secretário de telecomunicações do MCom. Ele destacou que uma das missões da secretaria hoje é “criar as bases estruturais que tornem as cidades brasileiras verdadeiramente inteligentes, inclusivas e conectadas”.

Entre as ações estratégicas está a Política Nacional de Data Centers, em fase avançada de formulação dentro do governo federal, e tem uma parte de seu escopo à cargo do MCom. Atualmente, o Brasil só consegue suprir 40% da demanda interna por infraestrutura de dados, e a meta é dobrar essa capacidade para que o país se torne referência na América Latina.

Para isso, o ministério já incluiu a construção de data centers no caderno de projetos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). As regras permitem que até 20% do orçamento do fundo seja destinado à instalação desses centros. Há prioridade para as regiões Norte e Nordeste, onde o financiamento pode cobrir até 70% do projeto, contra 30% nas demais regiões, como o Sudeste, que já concentra grande parte da infraestrutura.

A linha de crédito já está aberta no BNDES, com R$ 2 bilhões disponíveis, juros de 8,5% ao ano (ou 6,5% para Norte e Nordeste) e ticket mínimo de R$ 10 milhões por projeto. A expectativa é que, além da ampliação da capacidade digital do país, os investimentos tragam contrapartidas tecnológicas e sociais às comunidades onde os data centers forem instalados.

“Estamos em processo de consulta pública para definir zonas de interesse estratégico, onde haverá incentivos à instalação. A segurança física, localização e as parcerias institucionais serão critérios-chave”, explicou Hermano.

Cabos Submarinos e 5G

Outro pilar da política digital é a Política Nacional de Cabos Submarinos, voltada à diversificação das rotas internacionais de dados e ao fortalecimento da soberania digital brasileira. “Esse projeto é essencial para garantir segurança nas comunicações e ampliar a atratividade do Brasil como hub tecnológico global”, destacou o secretário.

A proposta está em processo de tomada de subsídios, aberta até 27 de junho, com previsão de lançamento oficial em outubro.

Lei de antenas

O 5G segue como o grande motor da digitalização urbana. Além de oferecer até 10 vezes mais velocidade que o 4G, permite a conexão massiva de dispositivos e aplicações avançadas como carros autônomos, iluminação pública inteligente e monitoramento urbano em tempo real.

Segundo Tercius, mais de 100 municípios já atualizaram suas leis de antenas, o que representa 50% da população brasileira. A legislação moderna é essencial porque o 5G exige uma densidade até dez vezes maior de antenas em relação ao 4G — embora elas sejam menores e mais discretas.

“Cidades que atualizam suas leis recebem o 5G mais rápido e com mais qualidade. Por isso, incentivamos essa atualização com força”, ressaltou

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Simone Rodrigues

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