Martinhão será secretário de Telecom e Wellisch, de Radiodifusão

O bolsa Internet será o carro-chefe do MCom e o desafio de encontrar recursos perenes deverá ser grande.
Maximiliano Martinhão foi escolhido para assumir a Secretaria de Telecom do MCom. Crédito- Agência Brasil
As indicações precisam passar pelo trâmite do Planalto. Crédito-Agência Brasil

Maximiliano Martinhão e Wilson Wellisch ficam no MCom. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho , preferiu manter quadros técnicos com consolidada trajetória no setor e no governo para compor o seu ministério, o MCom, e assim ter mais tempo para atuar politicamente para unir o seu partido (o União Brasil) no Congresso Nacional em prol das ações do governo Lula.  Assim, já está sacramentado que Maximiliano Martinhão, será o Secretário de Telecomunicações e Wilson Wellisch assume a secretaria de Radiodifusão.

Martinhão, que era o secretário de Radiodifusão no governo Bolsonaro, tem a sua origem profissional na Anatel, já sentou na cadeira de secretário de Telecomunicações no Governo Dilma Rousseff, na gestão do ex-ministro petista, Paulo Bernardo. Wellisch, por sua vez, que já chegou a presidir a Anatel por um breve período, saiu da agência reguladora para a administração direta já na gestão do ex-ministro de Bolsonaro, Fábio Faria, e atualmente ocupava uma diretoria na área de telecomunicações, mas já chegou a atuar também em uma diretoria da radiodifusão no mesmo governo.

Bolsa Internet

Um dos principais projetos a ser tocado por Martinhão no segmento de telecomunicações será a Bolsa Internet, recursos a serem distribuídos para famílias de baixa renda terem acesso ininterrupto à internet. Essa foi uma das bandeiras de Lula na campanha. O financiamento do consumo é uma bandeira, inclusive, que já ingressou na pauta das maiores operadoras do país, e diferentes CEOs dessas empresas já expressaram, em entrevista ao Tele.Síntese, a defesa dessa causa.

O grande desafio de Martinhão será equacionar os recursos para que essa ideia prospere e consiga ter a segurança de sua perenidade. Durante a pandemia do Covid-19, constatou-se uma enorme barreira social e de renda nesse quesito, pois, com os alunos em casa, e com as aulas ministradas on line, os alunos das escolas públicas não tinham como acompanhar as aulas, por que seus planos de franquias de celular normalmente só duram 15 dias.

No GT da Transição de Comunicações o financiamento do acesso à internet para a população de baixa renda também foi uma das bandeiras defendidas, mas lá, a opção é pela oferta através da rede fixa, e não pelo celular.

Já no caso de Wellisch, não deve haver significativa mudança no que já ocorre hoje na gestão e o maior programa deverá ser o avanço da TV digital para o interior do país, que enfrenta grandes dificuldades já que as emissoras, em sua maioria, foram instaladas com recursos das prefeituras.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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