Mais de 99% dos ISPs não têm condições de disputar o leilão do 5G, avalia Vergani, da Internetsul

Fabiano Vergani, representante da Internetsul no Comitê de Prestadores de Pequeno Porte da Anatel, defende maior flexibilização nas regras de MVNO para que o serviço móvel possa ser massificado entre os provedores regionais.

A oferta de serviços móveis, para a maioria dos operadores regionais de banda larga, passará ao largo do leilão de frequências do 5G a ser lançado pela Anatel no segundo semestre desse ano, acredita  Fabiano Vergani, indicado pela Internetsul para integrar o Comitê de Prestadoras de Pequeno Porte (CPPP) da Anatel. ” 99,7% das empresas são de pequeno porte e não têm condições de ir para o leilão do 5G”, afirmou ele. O executivo assinala que a maioria dos provedores que atua no país são eminentemente locais, com não mais do que 5 mil linhas de banda larga em serviço cada.

Para o executivo, que é dono da BitCom, ISP que atua na região serrana do Rio Grande do Sul, com sede em Caxias do Sul,  a opção para as prestadoras de pequenos porte (PPPs) é se tonar MVNO (operador móvel virtual) e passar, assim, a oferecer serviços integrados de celular, juntamente com a banda larga fixa. E, segundo ele, para massificar essa opção entre os milhares de provedores existentes no país, é necessário que a Anatel flexibilize as atuais regras do serviço, uma das bandeiras que vai trabalhar no comitê. A sua operadora já adotou essa opção, ao fechar acordo com a Surf Telecom, recentemente. Ele atua em um modelo de franquia, cobrindo 80 cidades da região e 14 franqueados.

Além de defender a criação de regras que estimulem o surgimento de maior números de MVNOs,  Vergani acredita também que os ISPs  precisam se estruturar para ofertar serviços com o Wifi6, sob o risco de perderem mercado para os grandes OTTs, como Facebook ou Google. “As  prestadoras de pequeno porte estavam lado a lado com o Facebook e Google na defesa da frequência do Wifi6. Agora, devemos ficar atentos para os novos modelos de negócios que vão surgir com essa tecnologia”, afirmou.

LGPD

Vergani defende ainda que o CPPP faça uma interlocução mais constante com a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD)  e mesmo que seja criada uma “câmara de arbitragem” entre as duas agências, no modelo da câmara que existe entre a Aneel e Anatel, para decidir sobre os conflitos que poderão acontecer. ” Os ISPs terão que ficar muito atentos aos dados dos clientes e me preocupa muito os interesses jurídicos que poderão ser gerados pela lei”, concluiu.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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