Mais de 48% dos brasileiros passa por aperto financeiro, diz Febraban
A maioria dos brasileiros (48,6%), reporta aperto financeiro em 2022 , com aumento de 1,8 pontos percentuais em relação a 2020. Esse é um dos indicadores apurados pelo I-SFB, que demonstra que o país desceu degraus nas faixas que medem a sua saúde financeira no último ano. Pesquisa que mede o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB) elaborado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com apoio técnico do Banco Central (BC), mostrou que a média geral, de 57,2 no final de 2020, caiu 1,2 ponto percentual, passando para 56,0 no início de 2022, o que sugere uma piora na saúde financeira da população.
As faixas que vivenciam maior bem-estar financeiro (ótima e muito) encolheram em relação à sondagem anterior, segundo o indicador, enquanto as faixas inferiores (baixo, muito baixo e ruim), que vivenciam maior estresse financeiro, aumentaram.
As faixas centrais (boa e ok), que concentram a população que experimenta um equilíbrio financeiro no limite, também recuaram, conforme gráfico abaixo.
Os números mostram um efeito cascata, em que as pessoas “escorregaram” de uma faixa a outra entre a primeira e a segunda medição do I-SFB, e revelam que a saúde financeira do brasileiro está sob pressão.
Aperto financeiro
Quando perguntados sobre a frase que melhor descreve a comparação entre a renda total e os gastos na sua casa, 34,2% dos respondentes disseram que o orçamento está mais curto e gastam mais do que ganham, um aumento 5,1 pontos porcentuais em relação a 2020.
Para 31% dos respondentes sobra dinheiro no fim do mês com alguma regularidade (3,9 pontos percentuais menos em relação a 2020). Para a maioria dos brasileiros (48,6%), porém, existe algum nível de aperto financeiro (aumento de 1,8 pontos percentuais em relação a 2020). Somente 19,8% dos respondentes dariam conta de uma despesa grande e inesperada (2 pontos percentuais menos em relação a 2020).
A pesquisa também observou aumento do uso de serviços de crédito. Em 2020, cerca de 60% das pessoas usavam produtos de crédito sem finalidade específica. Em 2022, esse patamar subiu para 62,5%. Outra informação capturada pelos dados é o corte – ou perda – de produtos financeiros, como seguro saúde e seguro de carro.
De acordo com Amaury Oliva, diretor de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações com o Consumidor e Autorregulação da FEBRABAN, o retrato da saúde financeira dos brasileiros em 2022 não traz mudanças significativas em cada uma das faixas, quando comparado ao de 2020. Mas a sobreposição dos resultados mostra menor concentração nas faixas mais altas e aumento nas faixas mais baixas, o que explica o recuo na média geral.
“Os resultados do ISFB em 2022 confirmam a manutenção de concentração da população nas faixas ‘baixa’, ‘muito baixa’ e ‘ruim’, representada por 52,3% da população, contra 48,3% da população em 2020. Mas o resultado atual mostra um recuo nas faixas ‘boa’, ‘muito boa’ e ‘ótima’, que passou de 41,6% da população em 2020 para 39,2% em 2022, assim como na faixa “’ok’, que também passou de 10,1% para 8,1% da população”, ressalta Amaury Oliva.
A análise das variáveis sociodemográficas por nível de saúde financeira e por ISFB médio revelou uma pressão generalizada, sobre todos, e não sobre grupos ou regiões específicos. Esse movimento foi impactado, segundo a pesquisa, pelos desafios crescentes na vida dos brasileiros durante a pandemia, com os eventos como o fim do auxílio emergencial, altas globais da inflação e recuperação desigual da economia, que afetaram a vida e a saúde financeira dos brasileiros.
(com assessoria de imprensa).