Lucro líquido da Algar Telecom encolhe 11,8% no 1º tri, mesmo sem impacto da Covid-19

Operadora alega que não foram sentidos os efeitos da pandemia no primeiro trimestre. Aumento de despesas, depreciações e amortizações devido à expansão da rede a novas cidades afetou o resultado final.

A Algar Telecom publicou na noite de ontem, 21, os resultados do primeiro trimestre do ano. A operadora mineira registrou aumento de 13,8% na receita líquida, que atingiu R$ 574,6 milhões. O EBITDA (lucro antes de impostos e amortizações) subiu 2,3%, a R$ 233,8 milhões. O lucro líquido, no entanto, caiu 11,8%, para R$ 45 milhões.

A companhia sentiu o impacto do aumento de custos no período (a rubrica aumentou 21,4% na comparação ano a ano). Também cresceu a despesa com depreciações e amortizações (14,3%). O aumento, explicou, aconteceu devido à expansão da rede a novas cidades, o que exigiu mais pessoal próprio e terceirizado, mais manutenção e mais equipamentos depreciáveis.

Foram “gastos necessários para o início das operações nas novas localidades de atuação, cujas redes foram entregues ao longo do 2º semestre de 2019, e que ainda estão em um processo inicial de conquista de clientes e auferição de receitas”, explicou.

No relatório trimestral, a companhia informa que a crise sanitária não surtiu efeito sobre os resultados neste primeiro trimestre. “As consequências do cenário advindo da pandemia do coronavírus, que no Brasil tiveram início na segunda quinzena de março, não trouxeram impactos para os resultados da empresa”, afirmou.

Ainda assim, a companhia reforçou o caixa como forma de precaução, com a emissão de R$ 150 milhões em debêntures em abril. O objetivo da captação foi garantir um colchão para “o cenário de incertezas”.

Inadimplência

A inadimplência, explicou a empresa, cresceu, mas não em função da Covid-19. Houve um salto na provisão para créditos de liquidação duvidosa, termo usado para prováveis calotes. A rubrica saltou 0,5% da receita bruta no começo de 2019 para 1,6% da receita bruta (ou R$ 11,9 milhões) agora. Entretanto, a alta se deveu à adoção do padrão contábil IFRS-16, garante a companhia.

Os investimentos da empresa no período diminuíram. A Algar aportou R$ 129,5 milhões de janeiro a março. Disso, 78% se destinou à expansão da rede e aquisição de clientes. O restante, à manutenção. O valor é 33% menor que na mesma época de 2019. A dívida líquida pouco mudou, passou de R$ 2,20 bilhões em dezembro para R$ 2,23 bilhões agora.

B2B e B2C

O número de clientes B2B da Companhia atingiu 137.026 no 1T20, o maior crescimento ano-a-ano (26,0%) dos últimos nove trimestres. Essa evolução foi impulsionada, pelos clientes MPE – 28,7%, seguida dos clientes corporativos – 8,1%. Ao final do primeiro trimestre de 2020, a Algar Telecom atuava no mercado B2B de 359 cidades, de 16 estados e do Distrito Federal.

A Algar faturou R$ 452,2 milhões com B2B no trimestre, alta de 13,3%. Houve aumento no tráfego de dados e redução dos ganhos com voz. Mas o que mais cresceu foi a receita com venda de serviços de TI.

No B2C (segmento para pessoa física), houve alta de 9% nas receitas, que totalizaram R$ 303,8 milhões. Na banda larga (fixa e móvel) o faturamento cresceu 11%. Houve queda na voz, mas forte expansão no resultado de SVA (serviços de valor adicionado).

A operadora terminou março com 4,8% a mais de assinantes em dados, chegando a 578 mil usuários. Além disso, registrou 696 mil em telefonia fixa (-0,4%), 1,25 milhão na móvel (+0,7%), 66 mil em TV paga (-16,6%).

Algar retoma atendimentos presenciais

A operadora conta, no relatório, que já está procurando retomar as atividades normais nas cidades onde o isolamento foi abrandado. A companhia ficou com 100% do atendimento feitos remotamente a partir de março. Mas, agora, as equipes comerciais estão aos poucos voltando às atividades presenciais. Para esses casos, adotou como protocolo de cuidados sanitário o uso de EPI- equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas, óculos, propé e álcool gel).

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Rafael Bucco

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