Lucro da TIM aumenta 194,1% em um ano

Operadora colhe resultados da expansão do 3G e do 4G, passando a atender cidades e regiões aonde antes não chegava. Também contribuiu para o resultado a conclusão da venda de torres e a redução de custos devido a corte de pessoal. Mais uma vez, o crescimento do consumo de dados é destaque: segmento já representa 60% do faturamento com serviços móveis.

nova marca TIMA TIM divulgou na noite de ontem, 25, os resultados financeiros para o segundo trimestre do ano. Entre abril e junho a companhia ampliou as receitas, reduziu despesas, multiplicou o lucro, derrubou os investimentos, mas ainda registrou um leve aumento do endividamento.

A receita líquida da operadora encerrou junho em R$ 3,94 bilhões, 3,2% maior que um ano atrás, e praticamente estável em relação ao primeiro trimestre. Os custos do negócio caíram para R$ 2,55 bilhões, o que é 2,5% menos que no segundo trimestre de 2016, e 5,1% menos que no começo deste ano. A empresa enxugou o quadro de funcionário, demitindo 21,7%. Passou de 12,1 mil em junho de 2016 para 9,4 mil este ano.

O EBITDA, sigla que representa o lucro antes de depreciações, amortizações e impostos, aumentou 15,5% quando normalizado em relação há um ano, para R$ 1,39 bilhão. Sobre o período de janeiro a março, aumentou 10,1%. Normalizado significa que se trata do valor sem o acréscimo do valor obtido com a venda de torres, processo que foi concluído em junho.

Já o lucro líquido cresceu 194,1% em 12 meses, passando de R$ 74 milhões ao final de junho de 2016, para R$ 219 milhões agora. Em relação ao primeiro trimestre do ano, foi um crescimento de 65,7%. O motivo é a conclusão da venda de torres.

Já o Capex, que são os investimentos, encolheu 17% no segundo trimestre, sobre o mesmo período do ano passado, mas cresceu 20,8% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Ficou em R$ 809 milhões. O endividamento bruto alcançou R$ 7,8 bilhões, um leve aumento de 0,8% ano a ano. A relação dívida/EBITDA ficou em 0,8x, ante 0,73 no segundo trimestre de 2016.

Dados

Os números da companhia reforçam o que vem acontecendo há pelo menos dois anos: a tendência de aumento do consumo de dados, e redução das receitas com voz. A receita tradicional, de voz, caiu 25,2%. Os minutos de uso (MOU) totalizaram 107 minutos em média por usuário, uma queda de 9,7% ano a ano. Enquanto os serviços de valor agregado (dados) cresceram 40,9%. Estes já correspondem a nada menos que 60% da receita de serviços móveis da operadora.

A receita média por usuário (ARPU) cresceu 12,6%, para R$ 19,4. É o maior patamar desde o final de 2013. Observando-se apenas o ARPU de dados, o crescimento chegou a 51,5%. O desempenho é explicado pelo esforço em lançar e expandir suas redes 4G.

Além da voz, a expansão dos dados mantém a tendência de queda na receita com interconexão, em função do menor fluxo de chamadas entrantes. Ao mesmo tempo, a TIM reduziu os custos com voz sainte. Ambos os movimentos com impacto significativo da redução das tarifas de VU-M.

3G e 4G

A companhia diz que 90% do Capex foi destinado à instalação de infraestrutura 3G ou 4G. A maior parte, LTE, como se vê pela evolução das estações radiobase. A TIM fechou junho com 14,9 mil ERBs de terceira geração em funcionamento, e 14,8 mil ERBs LTE. No segundo trimestre de 2016, tinha 12,8 mil e 9,2 mil, respectivamente.

Ao mesmo tempo, aumentou a quantidade de sites hetnet em 16%. As redes hetnet mesclam diferentes tecnologias e tipos de células para conectar o usuário. A companhia afirma que o investimento objetiva ofertas de VoLTE, voz sobre LTE, que começou a ser ativado este mês. E também ViLTE, que é transmissão de vídeo sobre LTE.

A tele encerrou junho com LTE ativado em 1.850 municípios, e o 3G em 2.916, um aumento de 49% sobre o segundo trimestre do ano passado. Da base de clientes móveis, 77,1% usam smartphone.

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Rafael Bucco

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