Lucro da Telefônica Brasil cresce 159% em 12 meses

Operadora venceu na Justiça direito de reaver PIS/Cofins pagos pelas operações de Telesp, TData e Vivo entre 2004 e 2013, o que acrescentou R$ 895 milhões ao lucro. Efeito positivo deve se estender por anos e render aumento da remuneração aos acionistas, diz empresa.

A Telefônica Brasil divulgou nesta terça-feira, 30, os resultados financeiros do terceiro trimestre, nos quais apresentou um crescimento de 159,1% no lucro líquido. O valor foi de R$ 3,16 bilhões.

A alta aconteceu por motivo não recorrente. A empresa venceu no período ação judicial em que pedia a exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins relativo às operações de Telesp, TData e da própria Vivo entre 2004 e 2013. Este fato gerou uma receita adicional de R$ 870,9 milhões para a companhia. Ao todo, o impacto positivo de eventos não recorrentes chegou a R$ 895 milhões do EBITDA.

Em termos patrimoniais, as vitórias vão acrescentar aos ativos fiscal da companhia nada menos que R$ 6,2 bilhões. Este acréscimo vai compensar o pagamento de impostos federais “pelos próximos anos”, diz a operadora, no relatório financeiro. Segundo o material, o resultado da briga judicial também tem o potencial de gerar uma remuneração aos acionistas “sem precedentes”, fruto das distribuições de dividendos e JSCP baseadas no lucro líquido deste ano.

Os reflexos já repercutem no mercado. As ações PN da empresa operavam com alta de 11,23% no início da tarde, enquanto as ON subiam 7,53%.

O EBITDA (lucro antes de impostos, amortizações e depreciações) cresceu 29,6%, para R$ 4,76 bilhões. Os investimentos de capital (Capex) aumentaram 9,4%, atingindo R$ 2,39 bilhões. A receita da companhia, no entanto, caiu 1%, comparada à do mesmo período de 2017, a atingindo R$ 10,77 bilhões.

A dívida líquida atingiu R$ 2 bilhões ao final do terceiro trimestre, representando no acumulado dos resultados dos últimos 12 meses, 0,11 do EBITDA. Em relação ao mesmo período de 2017, a dívida líquida permaneceu praticamente estável.

Operações móveis

Mesmo sem o impacto dos itens não recorrentes no trimestre, a operadora teria crescido. A receita líquida móvel, que mede o desempenho em telefonia móvel, cresceu 1,8%, alcançando R$ 6,73 bilhões. Houve perda de receita com voz, interconexão, SMS e até internet. Mas a receita de serviços digitais cresceu 75,3%. Este reflete a inclusão de serviço de valor agregado a pacotes pré, controle e pós-pagos.

Também as vendas de aparelhos cresceu acima de 70%, resultado do esforço da operadora para atrair clientes já da base a planos pós-pagos com maior volume de dados.

Operações fixas

No fixo, a operadora encolheu. A receita caiu 5,4%, para R$ 4,04 bilhões. O crescimento da ultra banda larga, de 28,5%, ainda não compensou a perda da receita com voz, que caiu 16,4%. Mas este momento se aproxima. Os planos UBL já geram R$ 926 milhões para empresa, enquanto voz representa R$ 1,38 bilhão.

Na TV paga, a Vivo aumentou as vendas em 0,8%, e faturou R$ 490 milhões. No mercado de dados corporativos e TI, no entanto, encolheu 16,4%, obtendo receita de R$ 634,4 milhões.

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Rafael Bucco

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