Lucro da Algar Telecom cresce 29,5% no 1º tri

Companhia manteve crescimento no B2B, mesmo em meio à crise de covid-19, e viu a demanda por IoT saltar, ampliando sua base de chips M2M em 108%

A Algar Telecom registrou aumento de 29,5% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2021, se comparado ao mesmo mês de 2020. O valor atingiu R$ 58,3 milhões. Segundo o CFO da empresa, Tulio Abi-Saber, o resultado se deveu à melhora dos resultados no segmento B2B, foco da companhia.

Além disso, houve ganhos de eficiência graças à transformação digital do negócio e redução das despesas que antes vinham do segmento de TV por assinatura, do qual a tele saiu ano passado.

A operadora fechou o trimestre com receita líquida de R$ 594,7 milhões, alta de 3,5% em relação à mesma época do ano passado. O EBITDA, lucro antes de impostos, pagamento de juros, amortizações e depreciações, cresceu 15,4%, para R$ 270 milhões.

Em termos operacionais, a companhia cresceu 19,8% a base de clientes B2B, chegando a 164,2 mil deles. Dos quais, 17 mil são clientes corporativos e o restante, pequenas e médias empresas. Já a base de clientes de banda larga cresceu 5,4%, para 654,1 mil – dos quais 535,2 mil são em fibra. “Crescemos 27% a base de clientes de fibra ano a ano”, frisa.

Pandemia

Para Abi-Saber, o resultado deve ser considerado excepcional por ter ocorrido em meio à pandemia de covid-19, que levou ao fechamento de lojas temporariamente em diferentes cidades. Isso afetou não apenas as vendas da Algar, como também dos clientes B2B que são atendidos pela companhia. Com o aumento da base, a companhia conseguiu evitar a perda de receitas. Parte da solução foi ampliar a oferta de serviços para home office, por exemplo, o que compensou a demanda reduzida nas sedes das empresas.

“Atuamos muito rápido para preservar os associados e conseguimos prestar um bom serviço e apoiar o cliente nesse processo. Isso nos coloca numa posição boa para continuar crescendo e capturar oportunidades”, afirmou ao Tele.Síntese.

O executivo também comemora a forte expansão no mercado de internet das coisas. A empresa ampliou a base no segmento em 108%, chegando a 1,52 milhão de chips M2M ativados. A maioria instalada em máquinas de pagamento (POS), mas também em dispositivos de rastreamento de frotas e em aparelhos de aplicações voltadas à agricultura 4.0.

Estes chips M2M são contabilizados no varejo e se somam ao 1,12 milhão de clientes móveis. Neste caso, o celular tradicional teve saldo final de retração de 3% da base de clientes. Abi-Saber explica que o pré-pago encolheu 7,7%, enquanto a base no pós-pago cresceu 4,5%, o que se deu em linha com a estratégia da operadora, de substituir os clientes pré por clientes pós.

O endividamento líquido da companhia encolheu de R$ 2,36 bilhões em dezembro para R$ 2,2 bilhões agora em março.

Vogel Telecom

Os resultados do primeiro trimestre ainda não apresentam efeitos da aquisição da Vogel Telecom, cujo contrato foi assinado em 8 de maio. A aquisição, afirma o executivo, é complementar à infraestrutura e aos negócios da Algar, e vai contribuir para a continuidade da expansão no segmento B2B.

O negócio precisa do aval da Anatel e do Cade para ser concluído. Também requer aval dos sócios da Algar Telecom. A proposta de aquisição de 85% a 100% da Vogel por R$ 600 milhões. Os 85% são do fundo Pátria. Os demais 15% dependem de minoritários que, se não quiserem cobrir a oferta da Algar ou vender a participação para a companhia mineira, serão diluídos no capital da Algar.

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Rafael Bucco

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