LGPD e cibersegurança continuam na pauta setorial do ano

Apesar do avanço em áreas como nuvem, IoT e inteligência artificial, o setor de tecnologia elenca também os desafios para 2025.
LGPD e cibersegurança continuam na pauta setorial do ano
Entidades do setor de tecnologia registram avanços em 2024, mas ressaltam os desafios a vir | Foto: Freepik

O setor de tecnologia no Brasil manteve um desempenho sólido em 2024, com crescimento contínuo em diversas áreas, incluindo computação em nuvem, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial. O apoio do governo e a colaboração com startups têm sido essenciais para esse crescimento, mas desafios regulatórios, como a conformidade com a LGPD e a infraestrutura necessária para a expansão de novas tecnologias, vão continuar na pauta setorial em 2025.

Embora o setor seja otimista, as perspectivas para 2025 apontam para a necessidade de um ambiente regulatório mais claro e incentivos fiscais para sustentar a inovação. A qualificação profissional e a capacitação de novos talentos, especialmente em áreas como cloud computing e cibersegurança, também são desafios.

Em 2024, o setor de computação em nuvem e Internet das Coisas (IoT) no Brasil apresentou crescimento, impulsionado  pela evolução das infraestruturas tecnológicas. Sidimar Carniel, presidente da Abracloud, observa que “a adoção de soluções de nuvem tem sido impulsionada pela transformação digital de empresas de diversos portes e setores”, consolidando a nuvem como uma ferramenta essencial para muitos negócios. As expectativas para o futuro são positivas, com ênfase na continuidade do crescimento e na evolução das soluções híbridas e multicloud.

Flavio Maeda, vice-presidente da ABINC, destaca a expansão da IoT, especialmente em setores como agronegócio e cidades inteligentes, impulsionados pela implementação do 5G. “As soluções de IoT estão mais maduras e muitas delas escalando”, diz Krzyuy, destacando a colaboração entre setor privado, startups e o governo como um fator crucial para o crescimento sustentável.

Desafios regulatórios

Os desafios regulatórios foram um ponto recorrente nas análises dos líderes do setor. Tanto Carniel quanto Andriei Gutierrez, vice-presidente da ABES, abordaram a LGPD dentro desse assunto. “Em 2024, avançamos na regulamentação da LGPD, especialmente no que diz respeito à transferência internacional de dados. Trabalhamos para que as empresas tivessem maior segurança jurídica. Também avançamos na autorregulação, lançando o nosso código de ética e certificando cerca de mil profissionais”, afirmou Gutierrez. Enquanto isso, Carniel disse que “empresas do setor precisam se adaptar para garantir conformidade e proteger informações sensíveis”, afirmou.

Maeda, da ABINC, citou os desafios regulatórios envolvendo a proteção de dados e a segurança cibernética na IoT. “A falta de regulamentação específica para segurança de dispositivos conectados continua sendo um risco”, comentou.

Para a Adriano Krzyuy, presidente Assespro-PR, um dos maiores desafios regulatórios é a reforma tributária, que afeta a competitividade do setor. “A tributação excessiva do setor carece de uma reforma mais justa”, afirmou Nina, apontando também para a necessidade de ajustes na regulamentação da inteligência artificial.

Expectativas para 2025

As expectativas para 2025 são de crescimento, com avanços em áreas como inteligência artificial, 5G e soluções sustentáveis. Carniel, da Abracloud, antecipa um “crescimento contínuo” do setor de nuvem, enquanto Krzyuy, da ABINC, destaca a expansão do 5G e espera que as políticas públicas voltadas para inovação e incentivo fiscal se intensifiquem. Para Affonso Nina, presidente-executivo da Brasscom, “o Plano Brasil Digital 2030+ deve impulsionar ainda mais a digitalização da economia e a redução das desigualdades sociais”, com o Brasil se posicionando como um player estratégico no mercado global.

Entretanto, desafios como a escassez de mão de obra qualificada e a segurança cibernética devem continuar sendo temas centrais. A ABINC, por exemplo, pretende enfrentar a questão da conectividade em regiões remotas com iniciativas junto a empresas de telecomunicações. “A parceria com as empresas de telecomunicações para ampliar o acesso à infraestrutura de conectividade será essencial”, afirmou Krzyuy.

 

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Gabriel Gameiro

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