LDO 2025 passa com autonomia para estatais e proteção ao Fust

Ajuste final na LDO permite acréscimo de recursos para pagar dívidas existentes em 2024, com previsão para quitar em até quatro anos.
Votação da LDO 2025 muda regras de orçamento para estatais | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Votação da LDO 2025 muda regras de orçamento para estatais | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira, 18, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, incluindo medidas para viabilizar a autonomia financeira das empresas públicas. O texto segue à sanção. 

Incorporando proposta encaminhada pelo governo em outubro deste ano, a LDO passou a prever a possibilidade de “acordo de gestão” entre as estatais e ministérios, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, para autonomia gerencial, incluindo metas de desempenho. Na prática, empresas estatais atualmente classificadas como dependentes poderão passar a compor o Orçamento de Investimento, “conferindo-lhes assim maior autonomia orçamentária e financeira”, como define o governo. 

O texto aprovado em Plenário nesta amanhã também incorporou a possibilidade de acrescentar ao acordo de gestão recursos para pagamento de passivos judiciários e administrativos existentes em 2024, devendo ser quitados no período de até quatro anos, considerando empresas públicas com capital aberto. Ato de regulamentação deve ser editado pelo Poder Executivo após a publicação da lei. 

A Telebras será uma das empresas beneficiadas. A medida orçamentária é uma das peças da estratégia de reestruturação da estatal. Outra peça é o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) junto ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no Programa de Governança e Modernização – Inova, formalizado em solenidade realizada nesta terça-feira, 17

Em nota divulgada em decorrência da ACT, o ministério reforçou as expectativas de mudança no cenário financeiro da empresa pública. “Embora conte com um grande potencial de geração de receitas com a prestação de serviços a entidades governamentais e privadas, a empresa encontra-se em situação de dependência de recursos do Tesouro Nacional, o que lhe causa restrições orçamentárias incompatíveis como modo de atuação empresarial e a impossibilidade de uso do próprio caixa aportado pela União em anos anteriores”, informou. 

Fust

A proposta de orçamento aprovada pelos parlamentares nesta manhã também inseriu o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) entre as despesas que não podem ser contingenciadas, estendendo a mesma medida aprovada no ano passado. 

Para 2025, a proposta de orçamento prevê R$ 1,25 bilhão em recursos sob supervisão do Fust nas operações de crédito, contra R$ 1,05 bi previstos no ano passado.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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