IPT demite 30 nesta semana
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), instituição mantida pelo governo de São Paulo, demitiu na última quarta-feira, 09, 31 funcionários. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Ciência Pesquisa e Tecnologia (SINTPq), os desligamentos fazem parte de uma política de corte de custos iniciada em 2015. Desde então, mais de 100 trabalhadores deixaram a empresa.
“O quadro de funcionários da instituição, que chegou a contar com cerca 3.500 profissionais, hoje se reduz a menos de 800”, afirma o SINTPq.
Representantes do IPT justificam os desligamentos como reflexos da atual crise econômica, e garante que não haverá mais cortes em 2016. “Sofremos ajustes em função da crise financeira que afeta o país. Parte deste processo encerrou-se na última quarta-feira, dia 9 de março, com 30 empregados demitidos. A demissão coletiva de pessoal do quadro de empregados do IPT termina aqui”, diz a diretoria do instituto. A recessão teria levado estados, municípios e União, no setor público, e a indústria, no setor privado, a demandar menos serviços.
O SINTPq, por sua vez, defende que a direção do IPT adote outras medidas para cortar custos, como a redução de cargos comissionados que possuem salários muito superiores aos dos pesquisadores e que não prestam serviços diretamente ligados à instituição.
A entidade afirma que as dificuldades econômicas do instituto são agravadas pela falta de atualização da dotação orçamentária, que é repassada anualmente pelo governo estadual e há 12 anos está congelada em R$ 42 milhões. Hoje, entre 60% e 65% do orçamento do IPT é obtido com recursos próprios, oriundos da venda de serviços.
Régis Norberto, presidente do SINTPq, diz que as demissões apenas agravarão a atual crise. “São os trabalhadores que estão mantendo o instituto com os resultados de suas pesquisas. Demiti-los apenas reduzirá a capacidade do IPT em obter recursos no mercado. A empresa não pode jogar no colo dos funcionários seus problemas financeiros”, avalia o presidente do SINTPq.
A diretoria do IPT diz que as demissões foram calculadas. “O critério principal para as demissões foi reduzir custos com o menor impacto possível na operação das áreas técnicas que geram as receitas necessárias ao funcionamento do IPT, com estrito respeito às leis vigentes. Entretanto, a crise não acabou e atinge ipeteanos, paulistanos, paulistas e brasileiros. Ajustes de outra natureza provavelmente serão necessários”, afirma, em nota, sem especificar quais seriam estes ajustes.
O IPT realiza pesquisas em diversas áreas, inclusive em equipamentos de telecomunicações, redes, sistemas e tecnologia da informação. Tradicional, tem mais de 100 anos de criado, e atualmente é vinculado vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.