Investimentos da Telebras em redes não desaceleram, segundo seu CTO

Estatal estaria com projeto de CDN própria pronta para ser ativado, mas depende de aprovação do governo, seu acionista majoritário.

Em 2016 a Telebras prossegue com os planos, esboçados pelo presidente Jorge Bittar ao Tele.Síntese em setembro, de reduzir a dependência do orçamento da união para financiar os investimentos. A companhia segue ampliando sua rede terrestre usando, para isso, o capital vindo de recebíveis por serviços entregues a empresas e governos em todo o Brasil.

Segundo o CTO da companhia, Paulo Eduardo Kapp, o maior acionista da empresa – ou seja, a União – definiu como estratégicos para este ano os investimentos no cabo submarino que liga o Brasil à Europa, o satélite geoestacionário e implantação de redes terrestres. Mas nem todo o investimento para expansão das redes virá de aporte do governo federal.

Diferente da administração direta, em que se depende da fonte de recurso, a Telebras pode vender alguma coisa [serviços] e ter um recebível de 10 anos, por exemplo. É uma fonte de recurso que me permite construir alguma coisa mesmo que o governo não me dê orçamento. A cada ano a gente duplica nossa rede, e vamos continuar dobrando até que em 2019 não vamos precisar mais de ninguém para obter receita”, afirma.

CDN
Kapp comentou ainda o andamento do projeto de se criar uma infraestrutura nacional de CDN da estatal. O projeto continua vivo, com modelagem pronta e até data para ser iniciado. Mas depende de aval do governo. Inicialmente, o objetivo da iniciativa será distribuir conteúdos para o Ministério da Educação.

“Se pensou no passado, e ainda se pensa, em a Telebras distribuir TV over the top. Mas é muito sensível o acordo para comprar conteúdo, com os canais. Ainda temos que fazer muito mais infraestrutura para este tipo de serviço. Para distribuir conteúdo do MEC, do Brasil Cidadania, dos Correios, ou de poupatempos estaduais e federais, já existem quatro ou cinco agências em teste”, disse.

Campus Party
Kapp conversou com jornalistas na abertura da Campus Party, evento que acontece em São Paulo até 31 de janeiro. A estatal fornecerá o link de 40 Gbps que vai conectar os 8 mil campuseiros e cerca de 120 mil pessoas que devem cruzar o pavilhão de exposições do Anhembi.

Conforme o executivo, o investimento para fornecer a infraestrutura foi pequeno. A Telebras já tinha no Anhembi parte da infraestrutura construída em função do sorteio da Copa das confederações, realizado ali em 2013. Chegam ao evento oito links com capacidade de até 80 Gbps. A Telebras vai deixar disponível 40 Gbps. “Achamos que  será usado no máximo 15 Gbps”, diz Kapp. A Padtec instalou os equipamentos DWDM para o evento, enquanto a Datacom cuidou do roteamento e a Highwinds em fornecer a conexão com a internet.

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Rafael Bucco

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