Internet nas escolas: grupo com mais de 100 Mbps triplica em 6 meses, mas representa 2% do total

Base de dados da Anatel mostra que maior parcela das instituições públicas conectadas não tem internet suficiente para reproduzir vídeo. Governo federal busca aprimorar levantamento da velocidade.
Internet nas escolas: grupo com mais de 100 Mbps triplica em 6 meses, mas representa 2% do total
Maioria das escolas tem internet com velocidade abaixo do ideal (Foto: Freepik)

A mais recente compilação de dados da internet nas escolas realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape), atualizada na terça-feira, 28, identificou o triplo de escolas com conexão a partir de 100 Mbps em comparação ao registrado em junho do ano passado, mês correspondente à primeira versão do painel – um salto de 617 para 2.734. No entanto, elas representam apenas 2% no universo de 138.355 instituições.   

O aumento da velocidade se dá com base na atualização dos números do Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE). O monitoramento do Gape reúne dados de diversas bases oficiais e, na última atualização, incorporou também com os números do Censo Escolar 2022, que não apurou velocidade da rede, mas mostrou a evolução de outros indicadores, como o avanço no uso de dispositivos pessoais pelos alunos (saiba mais abaixo).  

Os dados do PBLE apontam que a maioria das escolas não possui um pacote de internet suficiente nem mesmo para reproduzir um vídeo, o que demanda uma velocidade de download de 3,44 a 8,25 Mbps, de acordo com nota técnica do Grupo Interinstitucional de Conectividade na Educação (GICE) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Veja os dados:

 

 

Das 49.963 escolas com menos de 5Mbps,  28.048 estão classificadas como conectadas por obrigação do edital do 5G.

Dispositivo pessoal 

O Censo Escolar revelou uma alta de 31% na identificação de escolas públicas em que o acesso à internet se dá por meio de dispositivo pessoal dos alunos, incluindo laptop, tablet ou celular – passando de 15.799 para 20.769. Entre elas, o maior aumento ocorreu na área rural, totalizando 7.352 (alta de 56%) no campo e 13.417 na área urbana (crescimento de 20%). 

Já o uso de computador de mesa caiu em mais de 700 escolas públicas, passando de 36.850 para 36.065. A ampla maioria delas está em área urbana, 30.096 (83,4%). 

Ainda de acordo com o Censo Escolar, as escolas estaduais usam mais soluções de TICs do que as  municipais. Veja:

 

Novos levantamentos

Um das medidas anunciadas pelo novo governo é criação de uma nova plataforma de compartilhamento de dados com os diretores de escolas para mapear, especificamente, a velocidade da conexão e a existência de infraestrutura de telecomunicações próximo ao local. A ideia é aprimorar a conectividade em todas as instituições públicas da educação básica até o final de 2026.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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