5G FWA foi insuficiente nas escolas mais distantes do centro da capital

Apesar dos resultados, relatório de projeto piloto conclui que rede móvel "tem potencial de transformar a conectividade nas escolas", mas recomenda "estudos adicionais".
Projeto para testar 5G FWA contou com seis escolas públicas do DF | Foto: Dênio Simões/Agência Brasília
Projeto para testar 5G FWA contou com seis escolas públicas do DF | Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Os resultados do projeto piloto que testou a tecnologia 5G FWA para conectar escolas públicas do Distrito Federal divulgado nesta sexta-feira, 27, apresentou resultados variados a depender da localidade das unidades de ensino participantes. A instituição que fica entre a Região Administrativa (RA) mais populosa, Ceilândia, e Sol Nascente, região periférica, obteve a menor média de velocidade por aluno, de 0,74 Mbps  – abaixo do recomendado, que seria de pelo menos 1 Mbps no turno mais movimentado –, e não foi a única neste patamar.  

O projeto foi conduzido pelo Ministério das Comunicações (MCom), pela Secretaria de Estado de Educação (SEEDF) e pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), contando com o apoio do CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), que assina o relatório, além da Intelbras e das prestadoras do Serviço Móvel Pessoal (SMP) Claro e TIM, visando avaliar a viabilidade, confiabilidade e os benefícios da implementação da tecnologia 5G FWA em escolas.

Das seis escolas participantes, houve a divulgação dos resultados completos em cinco delas, das quais duas ficaram abaixo dos parâmetros de velocidade exigidos, as mais distantes de Brasília. Além da escola localizada em Ceilândia, a instituição que fica no Gama, 5ª RA mais populosa do DF, ficou com média de 0,88 Mbps. 

Apesar disso, o relatório conclui que “a tecnologia 5G FWA tem potencial de transformar a conectividade nas escolas, oferecendo uma infraestrutura de rede robusta e eficiente para suportar as demandas crescentes por ensino e aprendizagem online”, com a recomendação de “estudos adicionais que abordem, por exemplo, a análise da utilização da Internet nas escolas, a aferição da franquia de dados e a avaliação de escolas mais distantes que 800 metros da ERB”. 

De acordo com o documento, a seleção das escolas se deu estrategicamente para abranger “diferentes regiões socioeconômicas e diferentes distâncias das Estações Rádio Base (ERBs) das prestadoras participantes, envolvendo cenários diversos que podem representar situações reais”. 

Em síntese, “resultados mostram, de modo geral, um consumo médio de cerca de 20 Mbps em 99% do tempo em todas as escolas avaliadas, com picos de tráfego variando entre 30 e 60 Mbps. Além disso, foi observado o pico de usuários ao longo do período analisado, com destaque para as Escolas F e E [Planaltina e Varjão/Lago Norte, respectivamente, ambas localizadas entre 600 e 800 m da ERB], que registraram 85 e 105 picos de usuários conectados respectivamente”.

Uma das escolas com maior pico e que, ao mesmo tempo, também está mais distante de uma ERB, a escola F, em Planaltina, foi a única sem a média de velocidade por aluno divulgada no documento.

 

Acesse aqui o relatório completo.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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