Inflação vai superar meta pelo segundo ano, admite BC
O Banco Central admitiu que a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) não será cumprida pelo segundo ano consecutivo. A informação consta no Relatório Trimestral de Inflação, de junho, divulgado nesta quinta-feira, 30.
De acordo com a instituição, a probabilidade de a inflação superar o teto da meta neste ano passou de 88%, em março, para 100% em junho. Para 2023, o Banco Central estimou que a probabilidade de superar o teto do sistema de metas avançou de 12% para 29%.
O Banco Central estimou, no relatório de inflação, um IPCA de 8,8% para 2022, de 4% para 2023 e de 2,7% para 2024. Pelo regime de metas, o BC deve perseguir IPCA de 3,5% em 2022, 3,25% em 2023 e 3% em 2024. O sistema prevê um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos.
Já a taxa de câmbio começa em R$ 4,90, a média da semana anterior à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e evolui de acordo com a paridade do poder de compra. Além disso, considera que o petróleo “segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses, terminando o ano em US$ 110/barril, e passa a aumentar 2% ao ano a partir de janeiro de 2023”.
Inflação elevada e disseminada
Pelo relatório de inflação, o BC informou que a inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, e se mostrando mais persistente que o antecipado.
De acordo com a instituição, a “surpresa inflacionária” no trimestre encerrado em maio, com o IPCA ficando 1,08 ponto percentual maior do que o estimado, decorreu do comportamento dos preços livres, principalmente de alimentos.
“A inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta, e os recentes choques continuam levando a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis”, afirmou.
Em junho, a prévia da inflação oficial ficou em 0,69% em junho, acima da taxa de 0,59% registrada em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, somou 12,04%, abaixo dos 12,20% registrados nos 12 meses anteriores.