Inflação preocupa 79% das famílias brasileiras

Inflação impacta 78% das famílias na capacidade de pagar contas ou empréstimos e 41% deixarão de quitar pelo menos um compromisso.
Inflação preocupa 79% das famílias brasileiras - Crédito: Freepik
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A TransUnion divulgou os resultados do Consumer Pulse Study, referente ao segundo trimestre do ano, e os dados mostraram o quanto a inflação afetou a vida dos brasileiros.  Embora pesquisas recentes tenham mostrado que o impacto da pandemia de COVID-19 nas finanças tenha diminuído, a dinâmica macroeconômica local e global gerou preocupação entre as pessoas entrevistadas.

“Com a atual situação financeira do país, com inflação mesmo em queda acima dos dois dígitos no acumulado de doze meses, a perda de emprego e a redução de salário continuam sendo os principais motivos da diminuição de renda, o que gera impacto direto no poder de compra do consumidor”, diz Claudio Pasqualin, Vice-Presidente de Soluções da TransUnion Brasil.

Mesmo que os impactos da pandemia tenham diminuído, a inflação causa preocupação entre a população. No segundo trimestre de 2020, 79% das pessoas apontaram estar muito ou extremamente preocupadas com a inflação. Já a porcentagem de pessoas preocupadas com a capacidade de pagar contas ou empréstimos integralmente se manteve praticamente a mesma em relação ao trimestre anterior, com 78% da população pesquisada expressando atenção ao tema, 1% a mais do que o primeiro trimestre de 2022.

Dentro deste grupo, 41% dos brasileiros disseram que não poderiam pagar pelo menos uma de suas contas ou empréstimos, sendo elas: cartão de crédito (48%), pagamento de empréstimos pessoais (27%), serviços de telecomunicações (10%) e serviços públicos (14%).

Queda na renda

De todos os entrevistados, 37% indicaram que a renda mensal caiu em ao menos 40%. Enquanto isso, 35% disseram que a renda permaneceu a mesma e 28% apontaram crescimento nos ganhos. A porcentagem de pessoas entrevistadas que relataram a perda de emprego por algum membro da família no último trimestre segue a mesma da pesquisa anterior (24%), enquanto, 21% e 13% indicaram que alguém em sua residência teve seu salário ou horas de trabalho reduzidos, respectivamente.

A TransUnion também avaliou as expectativas em relação aos gastos da população. No segundo trimestre de 2022, o percentual de pessoas pesquisadas que esperavam reduzir suas despesas extras (como alimentação fora do lar, viagens e entretenimento) subiu para 57% em comparação aos primeiros três meses do ano, que representavam 49%. A pesquisa também mostrou qual será a mudança esperada para os próximos três meses no quesito gastos domésticos. Enquanto 39% desejam conseguir controlar suas dívidas de gastos extras e grandes compras (como carros, eletrodomésticos, entre outros), 38% querem reduzir as despesas de varejo, em itens como roupas, eletrônicos etc.

Acesso ao crédito

De acordo com o estudo, 91% dos entrevistados acreditam que ter acesso ao crédito e a empréstimos são fatores importantes para atingir suas metas financeiras, ao passo que, quase a metade (45%) afirmam ter acesso suficiente aos produtos de crédito. Apesar disso, 55% dos brasileiros consideram solicitar um novo crédito ou refinanciar algum outro já existente, mas optaram por não o fazer. Os principais motivos apontados são o custo muito alto (44%), não ter o suficiente para pagar suas contas (24%), renda (19%), histórico de crédito (18%), entre outros.

Já para o futuro, 42% da população disse que solicitará um novo crédito ou financiamento nos próximos 12 meses, o que representa um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2022. Dentro deste número, os Millennials e a Geração Z foram as gerações com maior intenção de buscar novos créditos, com 49% e 47%, respectivamente. Logo aparece a Geração X com 34% e, em seguida, os Baby Boomers que são menos propensos a terem planos de pedir um novo crédito que as outras gerações, com 27%.

O estudo mostrou que cada vez mais as pessoas optam por usar recursos digitais para resolver pendências do dia a dia, como banco, consultas médicas, compras de supermercado e varejo, entre outros. No total, 43% dos entrevistados indicaram realizar mais da metade de suas transações online, 44% fizeram até metade das suas transações por vias digitais e apenas 13% não realizaram nenhuma transação online.

Neste contexto mais digital, muitos se tornam um alvo fácil para ações fraudulentas. No segundo trimestre deste ano, 27% dos entrevistados indicaram que foram alvo ou vítimas de fraude digital, três pontos percentuais a mais do que no primeiro trimestre do ano. Os esquemas de fraude mais comuns incluíam golpes de cartões de crédito e taxas fraudulentas (31%). Cerca de 9 em cada 10 pessoas (85%) indicaram preocupação em compartilhar suas informações pessoais, citando apreensão com privacidade (74%) e medo de terem sua identidade roubada (72%). Porém, 56% disseram que seria mais provável fornecer suas informações pessoais se isso significasse economia de dinheiro.

(com assessoria)

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Redação DMI

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