Indústria vende menos celulares, mas fatura mais em 2018
O mercado brasileiro de celulares deve encolher em volume, mas crescer em receita neste ano, segundo dados da consultoria IDC divulgados hoje, 7, pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). A previsão é que sejam 44,9 milhões de aparelhos vendidos, ante 47,7 milhões em 2017, uma redução de 6%. Ainda assim, graças a mais recursos, como câmeras melhores e memória de maior capacidade, o valor geral do dispositivo aumentou, o que permitiu aos fabricantes ampliarem a receita em 4%.
Segundo Luiz Claudio Carneiro, diretor para dispositivos móveis da Abinee, o volume vendido não foi melhor por motivos conjunturais. “Em 2017 houve a liberação do FGTS para o trabalhador, e mudar de celular foi a prioridade. Neste ano, fatores como a greve dos caminhoneiros e eleições tiveram impacto negativo [na quantidade vendida]”, explica.
Para o próximo ano, Carneiro estima crescimento tanto em número de unidades vendidas, quando em receita, uma vez que a tendência de aumento do tíquete média vai continuar. “A expectativa é crescimento de receita de 8%”, falou a jornalistas, durante evento organizado pela entidade nesta sexta-feira, em São Paulo.
Confiança aumenta
Este crescimento virá do aumento da confiança do consumidor. A visão entre os executivos da Abinee é de que o próximo ano será positivo para a economia de maneira geral. “As pessoas, tendo confiança de que a crise passou, de que não vão perder o emprego, começam a consumir mais”, diz Humberto Barbato, diretor executivo da entidade.
E não apenas no mercado de celulares haverá crescimento. A Abinee estima expansão de 8% no faturamento de toda a indústria eletroeletrônica, que deverá gerar receita de R$ 157,3 milhões. Neste ano, comparado a 2017, o avanço já foi de 7%, atingindo R$ 146,1 bilhões.
No segmento de telecomunicações, haverá faturamento de R$ 35,9 bilhões. A vertical de infraestrutura deve expandir-se 5%. No mercado de informática, também a expansão deve ser de 8%. O setor deve fechar 2019 com receita de R$ 28,6 bilhões.
“O índice de confiança da indústria subiu porque a base de comparação é muito ruim. Não há alternativa exceto o crescimento para o próximo ano”, ressaltou Barbato. Em novembro, o índice de confiança do empresário industrial (ICEI), elaborado pela CNI, atingiu 65,2 pontos, o maior em seis anos. Para o executivo da Abinee, há expectativa de que o novo governo promova reformas, entre as quais, a tributária, que contribuam para o desenvolvimento do ambiente de negócios e elevação da produtividade.