Incerteza fiscal, juros altos e inflação afetam economia

Presidente do Bradesco disse que a incerteza sobre as contas públicas, inflação e juros altos afetam a recuperação da economia neste ano.
Incerteza fiscal, juros altos e inflação afetam economia - Crédito: Divulgação
Octavio de Lazari Jr., presidente-executivo do Bradesco – Crédito: Divulgação

O presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., afirmou em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 9, que a incerteza sobre as contas públicas, inflação e juros altos devem afetar a recuperação da economia neste ano.

Após a divulgação dos resultados do 4T21 no início da noite de ontem, o Bradesco viu suas ações despencarem no início do pregão de hoje, em 5,90%, a R$ 21,38.

O banco divulgou um lucro líquido recorrente de R$ 6,6 bilhões no quarto trimestre de 2021, baixa de 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ano, no entanto, a instituição teve ganhos de R$ 26,2 bilhões, alta de 34,7% em relação a 2020.

“Infelizmente, ainda existem incertezas fiscais e a inflação elevada, um fenômeno global, e com algum tempero local, que acabaram levando a uma forte alta de juros. O aperto da política monetária já causou efeitos em 2021 e certamente deverá afetar a recuperação da economia em 2022”, afirmou o executivo, ao comentar os resultados do banco no quarto trimestre e no consolidado do ano passado.

Digital

Lazari também destacou os avanços do banco no segmento digital e no crédito em 2021, quando o banco liberou pelos canais digitais R$ 88 bilhões. “O crédito que concedemos via digital é maior que soma de todas as fintechs que atuam no Brasil”, disse. “Tivemos um aumento de 5,3 milhões de correntistas digitais em relação a 2019”, pontuou.

Segundo o presidente do Bradesco, Next, Bitz e Ágora somavam juntas 15 milhões de clientes. Ele ressaltou que o Next superou a expectativa de dobrar a base durante o ano, com 10 milhões de clientes em dezembro.

As vendas de cartões pela via digital, Segundo Octávio de Lazari, cresceram 5,8 vezes no ano passado, e que este canal já responde por 20% das vendas de cartões.

Crédito

No ano passado, a carteira de crédito destinada a grandes empresas cresceu 11%. Já entre as micro, pequenas e médias empresas o crescimento da carteira de crédito foi de 24,5%. A carteira de crédito expandida do banco cresceu 18,3% em 2021. Para este ano, o Bradesco reduziu a expectativa de crescimento do crédito para entre 10% e 14%.

Lazari também vê impacto negativo na oferta de financiamento imobiliário, já que as taxas de juros nessa linha estão em cerca de 10% ano. No ano passado, o crédito imobiliário no Bradesco cresceu 31,2%.

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Redação DMI

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