Inatel testa com sucesso 5G em Santa Rita do Sapucaí

Pesquisa brasileira comprova viabilidade de padrão 5G de longo alcance para cobrir áreas rurais.

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O Inatel conseguiu ativar com sucesso uma rede móvel de quinta geração (5G) na cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí. A rede convive sem interferências com TV, 2G, 3G e 4G, e usa especificações do conceito 5G-Range, que vem sendo criado na instituição para ampliar o alcance das rede móveis.

Conforme o professor Luciano Mendes, coordenador de pesquisa do Centro de Referência em Radiocomunicações do Inatel, o objetivo dos testes é identificar a viabilidade do 5G de longa distância. Ele afirma que o Brasil é o país mais engajado na criação dessa tecnologia, embora conte com apoio de outras nações em organismos internacionais.

“Estamos levando aos fóruns, como o 3GPP, essa demanda do 5G-Range, com objetivo de estabelecer as especificações que resultem em acesso 5G de 100 Mbps em um raio de 50 Km de alcance”, afirmou hoje, durante workshop sobre 5G realizado pela Fiesp, em São Paulo.

A especificação é diferente da previsão comum para a 5G em centros urbanos – em que espera-se velocidades de até 20 Gbps. O motivo é a troca de velocidade por alcance.

Os testes foram feitos em parceria com USP, UFC, Ericsson, CPqD, UnB e Telefónica I+D.  Comprovaram que é possível ampliar o alcance das redes móveis usando tecnologia compatível com sistemas legados, mas mais potentes e com maior capacidade que o padrão LTE (4G).

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Figura apresenta uma predição de cobertura do sistema. As cores indicam a qualidade do sinal, sendo vermelho excelente, verde bom e azul aceitável.

Mendes explica que os pesquisadores ativaram o sinal 5G lado a lado com o 4G. Conseguiram aplicar o conceito de rádio cognitivo, em que o sistema identifica frequências livres no espectro radioelétrico para usá-los, automaticamente. “Sem o uso de filtros”, ressaltou.

O próximo passo, agora, é convencer a comunidade internacional, no 3GPP e na UIT, de que o padrão 5G-Range é viável e atende a necessidade universais. “São 4 bilhões de pessoas sem internet no mundo, e boa parte das pessoas que não acessam o fazem por não estar ao alcance da infraestrutura. Um sistema de longo alcance tem potencial para mudar essa realidade”, falou. Outras aplicações possíveis, diz o pesquisador, serias monitoramento ambiental e automação do campo.

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Rafael Bucco

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