Implantar 5G para oferecer banda larga fixa vale a pena?

Diferentes players advogam que ainda não se sabe o que a 5G fará. A GSMA apontou que, na América Latina, no inĩcio, essa tecnologia será usada para atender a banda larga fixa. O que, para as operadoras que acham cedo gastar dinheiro com novos leilões, essa opção está muito distante das promessas feitas.

Barcelona – Mais uma vez, o MWC 19 apresentou a 5G como aquela que vai fazer uma revolução avassaladora em todos os segmentos produtivos, e cuja implementação chegará muito rápida.

Mas não são apenas as três maiores operadoras brasileiras – Claro, Oi e Vivo – que acham que poderiam esperar mais um pouco para gastar dinheiro com essas novas frequências a serem leiloadas em março de 2020, conforme anunciou  quarta-feira o presidente da Anatel.

Representantes das empresas de internet e mesmo estudos feitos pela associação GSMA apontam que no início a quinta geração da telefonia móvel não será revolucionária como prometem, mas apenas irá ampliar o alcance da banda larga móvel e aumentar a velocidade de acesso. ” Tudo o que pode ser feito ainda com a 4G” aponta um executivo, cético quanto as novas promessas.

No caso da Iot – Internet das Coisas – por exemplo, as bandas mais baixas já em uso têm muito mais alcance para as áreas rurais e as tecnologias de banda estreita estão aí para ficar por muito tempo. Em debate no MWC19 o CEO da empresa da OTT, Groupon, Richard Williams, foi direto ao ponto. ” Tenho ouvido a 5G ser mencionada em todos os lugares, mas ninguém consegue explicar para mim o que significa. Entendo que o real movimento disrruptivo virá com os apps e samartphones”, afirmou.

América Latina

Conforme o estudo da GSMA, a 5G será inicialmente usada na América Latina para a oferta de banda larga fixa,  já que essa tecnologia deve ficar mais barata do que a construção de redes de fibra óptica até as residências, prevê a entidade.

O que, para diferentes executivos brasileiros,  isso significa  mesmo muita pouca novidade para tanta promessa. ” O ideal seria avançarmos em serviços e cobertura com a 4G, que ainda tem  muito a oferecer”, afirmou um executivo de operadora brasileira.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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