Implantação da Rede Privativa do governo vai custar R$ 3,5 bilhões, estima Telebras

As projeções da estatal indicam que, além desse volume de recursos para a implantação da rede privativa, seriam necessários mais R$ 11,688 bilhões para a manutenção dessa rede em 15 anos. O Minicom preferiu reduzir as despesas em R$ 1 bilhão a serem pagas pelas empresas de celular em quatro anos mas não explicita de quais outras fontes virão os demais recursos.

A implantação da rede privativa do Governo Federal vai custar aos cofres públicos R$ 3,449 bilhões, estima a estatal Telebras, que subsidiou o estudo para o Ministério das Comunicações formular a proposta ao leilão da 5G. Esse montante refere-se apenas à implantação da rede no período de seis anos. Para a sua manutenção, por um período de 15 anos,  a estatal projeta custos de mais R$ 11,688  bilhões.

Esses valores estão assim distribuídos, conforme as projeções da estatal: para a implantação da Rede de Atendimento da Administração Pública Federal (RAAPF), que prevê o atendimento a pouco mais de 18 mil pontos de governo em até 6 (seis) anos: 20% no primeiro biênio; 30% no segundo biênio; e 50% no último biênio. Para cada ponto, está-se atribuindo 10Mbps de Internet e 10Mbps de conexão de rede privativa, MPLS/SD-WAN. Nos 4 primeiros anos, serão implantadas redes metropolitanas em
todas as capitais. A implantação de redes de acesso nas capitais se estende até o 6º ano. Do total de 18.602 pontos de governo identificados como potenciais clientes da rede, 6.401 encontram-se nessas localidades.

Somente para a instalação dessa rede física e o atendimento desses pontos, a Telebras calcula um Capex (investimentos) de R$ 1,544 bilhão nos primeiros seis anos e atualização do Capex e Opex de R$ 5,15 bilhões em 15 anos.

Comunicações Seguras

Faz parte também do projeto da Rede Privativa, conforme o estudo da Telebras, o Serviço de Comunicações Seguras do Estado (SCSE). Que significa a  implementação de um sistema de comunicação IP, compatível com o paradigma de SDN, com a finalidade de fornecer meios para garantir o sigilo e a privacidade no tráfego de informações e dados.  “A solução proposta forma uma camada de rede virtual criptografada sobre a infraestrutura de rede física”, explica a estatal no documento.

Para esse serviço de criptografia, a estala estima investimentos iniciais (de 4 anos) de R$ 626 milhões e despesas adicionais nos 15 anos (Capex e Opex) de outros R$ 4,92 bilhões.

Rede Móvel

Já para a implantação da Rede Móvel Segura do DF (RMSDF), que deve ser construída em dois anos, com tecnologia 4G, e para atender 135 mil servidores do Governo Federal, a Telebras calcula que serão gastos R$ 334 milhões e outros R$ 1,6 bilhão em 15 anos para o custeio da rede.

Minicom

O Ministério das Comunicações, no entanto, decidiu que todo esse custo não seria todo bancado pelo leilão do 5G. Assim, o Minicom preferiu incluir como proposta para o edital a alocação de recursos de até  R$ 1 bilhão. E justificou: ” os recursos do Edital do 5G não necessariamente precisam custear a implantação integral da Rede Privativa. Podem ser aplicados na viabilização de uma parcela da Rede, na perspectiva de que investimentos adicionais, com recursos de outras fontes, podem ser realizados na ampliação gradual de seu alcance ou do rol de serviços oferecidos para serem aplicados ao longo de 4 anos.”

Assim, o Minicom projetou os investimentos em R$ 518,59 milhões para o segmento fixo; R$ 238,26 milhões para a telefonia móvel e R$ 327,23 milhões para a solução de segurança. “Estima-se que esse valor seria suficiente para alcançar todas as capitais com redes fixas, constituir uma rede móvel no Distrito Federal e implantar a solução de segurança de comunicação de Estado”, afirma o Minicom.

Leia aqui a íntegra do documento:

Minicom-rede-privativa-e-do-Norte

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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