IHS declara perda de US$ 87,9 milhões com reestruturação da Oi
A operadora de infraestrutura passiva IHS Towers deu baixa contábil de US$ 87,9 milhões (cerca de R$ 451 milhões) em seus negócios na América Latina devido, principalmente, à reestruturação da Oi. O plano de recuperação judicial da operadora foi aprovado pelos credores, inclusive pela IHS, no dia 19 de abril. Embora ainda precise ser homologado pela Justiça, a fornecedora dá como certa a perda.
“Essa perda está incluída nas despesas administrativas na demonstração consolidada condensada de (perdas) receitas e outros resultados abrangentes”, informa na divulgação de resultados do primeiro trimestre do ano a IHS Holding, que controla a torreira que atua no Brasil e também é dona de 51% da joint venture I-Systems, criada em parceria com a TIM.
O país é o segundo mercado da IHS. Aqui ela possui 7.815 torres. Dessas, 158 foram implantadas neste primeiro trimestre, segundo a empresa. Além da concessionária, a IHS tem contratos também com Claro, TIM e Vivo. Na América Latina, a IHS mantém presença somente na Colômbia, com 228 torres. Recentemente, completou a venda de sua operação no Peru.
Os dados financeiros consolidados do primeiro trimestre mostram que o faturamento da IHS na América Latina cresceu 4,7%, passando de US$ 45,6 milhões no primeiro trimestre de 2023 para US$ 47,8 milhões no mesmo período deste ano, o que foi ofuscado pelos problemas da Oi. “O crescimento da receita foi impactado por uma redução de US$ 6,4 milhões relacionada a uma mudança nos termos contratuais dos clientes da Oi”, acrescentou.
Na conferência de resultados analistas do mercado financeiro, os executivos da empresa não se aprofundaram sobre os impactos da Oi nos resultados. Também não comentaram sobre a possível venda da sua filial brasileira. Steve Howden, vice-presidente executivo e chief financial officer (CFO) da IHS Holding, apenas lembrou que o Brasil é o segundo maior mercado da empresa e que o país está vivendo sob condições macroeconômicas positivas, com taxas de juros e inflação controlados.
IHS no mundo
Os resultados da holding registaram uma perda de 30,7% da sua receita, que somaram US$ 418 milhões. Isso se deve, principalmente, à desvalorização de 65% da moeda nigeriana Naira, país que concentra a maior operação da IHS. O EBITDA (lucro operacional) da companhia foi de US$ 185 milhões, queda de 44,8%. Mas o custo financeiro, atrelado a moeda estrangeira, levou a um prejuízo total à companhia de US$ 1,55 bilhão.
O portfólio total da empresa soma 40.278 torres, o que a coloca em terceiro lugar no mercado global, atrás de Cellnex (112.247 torres) e American Tower (222.643).