IDC Brasil indica queda de 5% nas vendas de PCs

Vendas corporativas de PCs cresceram, mas altas da inflação e da taxa de juros impactam o varejo, que recuou 17%
O mercado brasileiro de PCs se manteve em baixa no terceiro trimestre de 2022. Durante os meses de julho, agosto e setembro foram vendidos cerca de 2,18 milhões computadores, uma queda de 5% em relação ao mesmo período de 2021. Do total, 585 mil desktops foram comercializados no período, o que representou uma alta de 35%, mas que não foi suficiente para compensar a queda de 14% em notebooks. Os dados são do IDC Brazil PCs Tracker 3Q2022, estudo da IDC Brasil.

Segundo o estudo, os resultados do mercado corporativo foram positivos, com crescimento de 12%. Porém, o varejo sofreu com uma queda de 17% e fechou o período com 1,12 milhão de máquinas comercializadas. Segundo Reinaldo Sakis, gerente de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil “esse cenário pode ser atribuído ao movimento de entregas para o governo, que devido ao ano eleitoral antecipou suas compras, e às altas da inflação e taxas de juros, que diminuíram o poder de compra dos consumidores”.

Quanto aos preços, no terceiro trimestre de 2022 os custos médios dos desktops e notebooks diminuíram e foram similares, de R$ 3.420 e R$ 3.470, respectivamente. Entretanto, mesmo os computadores de mesa 2% mais baratos e os laptops custando 22% a menos do que no 3Q-2021, as reduções não foram suficientes para elevar as vendas. “Durante o trimestre, os fabricantes aproveitaram algumas regalias fiscais, a relativa melhora do cenário macroeconômico e as estratégias de preço agressivas dos varejistas para reduzir os preços e tentar performar melhor”, avalia Sakis.

A receita total do mercado de computadores no terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 7,55 bilhões, cerca de 23% menor em relação ao mesmo período do ano passado.

No 2º trimestre de 2022, foram vendidos 2,28 milhões de computadores, sendo 511 mil desktops e aproximadamente 1,77 milhão notebooks, crescimentos de 27% e 8%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2021. As receitas no 2º tri, entretanto, foram 7% maiores na mesma comparação, chegando a R$ 8,9 bilhões.

No período, as vendas para o mercado corporativo foram de 1,1 milhão de unidades, quase 41% a mais do que no 2º trimestre de 2021, e de 1,2 milhão no varejo, 6% a menos do que no mesmo período em 2021. Além disso, no segundo trimestre, o custo médio de um desktop girava em torno de R$ 3.242 e de um notebook em R$ 4.135, 1% e 4% menor do que no segundo trimestre de 2021, respectivamente.

Para a IDC Brasil, a queda de 5% no 3º trimestre indica uma leve retração do mercado de PCs no restante do ano em relação a 2021. “A deterioração econômica global pressiona muito o Brasil, impactando principalmente os juros e a inflação. Há também de se pesar o contexto das eleições, que mobiliza a sociedade e impacta as decisões de investimento das empresas”, diz Sakis.

(assessoria de imprensa).

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Redação DMI

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