IA ajuda a definir sabores da Ice Creamy Sorvetes

Fundada pelo chef e mestre sorveteiro, Émmerson Serandin, a Ice Creamy Sorvetes conta com o auxílio da inteligência artificial para produzir menus mais assertivos.
Émmerson Serandin, CEO e fundador da Ice Creamy Sorvetes | Foto: Divulgação
Émmerson Serandin, CEO e fundador da Ice Creamy Sorvetes | Foto: Divulgação

Poucos setores do varejo sofrem tanto os efeitos da sazonalidade quando o comércio de sorvetes. Uma das sobremesas mais consumidas no mundo, o sorvete como negócio enfrenta alguns desafios, pois além da sazonalidade climática há as preferências culturais. A fim de produzir menus cada vez mais assertivos em temos de clima e preferências locais, a Ice Creamy Sorvetes conta com o auxílio da inteligência artificial.

Fundada pelo chef e mestre sorveteiro, Émmerson Serandin, a marca fabrica e distribui sorvetes 100% artesanais e é a maior rede de sorvetes premium na pedra do Brasil. Atualmente possui 80 unidades, em mais de 11 estados brasileiros. Desde 2015, a marca realiza sua expansão por meio de franquias e, segundo Serandin, destaca-se pela alta rentabilidade, agilidade na distribuição dos produtos e inovação constante. A empresa tem co-branding com a Nestlé e Ovomaltine.

“A empresa nasceu com a proposta de inovação no mercado de sorvetes com tecnologia e uma linha premium chamada de sorvete na pedra, uma pedra congelada importada onde manuseamos insumos e complementos, que deixam o sorvete mais cremoso.  No início do ano, visitei a feira e gelato, na Itália, representando o Brasil e temos procurado estar na vanguarda com lançamentos constantes”, diz Émmerson Serandin, CEO da Ice Creamy Sorvetes

Ele conta que a empresa começou a implementar a inteligência artificial no início de 2023, após perceber que o assunto estava ganhando cada vez mais destaque. Inicialmente, foram realizados testes internos para melhorar processos, a linha de suprimentos, insumos internos, ideias de sabores. Seradin explica que o mercado em que atua é altamente competitivo e em constante mudança, e ele viu na inteligência artificial uma forma de aprimorar os produtos e oferecer algo novo aos clientes.

“Quando surgiu a IA generativa, no final de 2022, compreendia que ela poderia mudar o jogo. A decisão de trabalhar com essa tecnologia foi motivada pela busca por inovação e pelo desejo de nos mantermos alinhados às novas tecnologias.

A empresa passou a usar a IA em três áreas, desempenhando um papel fundamental na criação de novos sabores para os sorvetes, na otimização do design e imagens das lojas e até mesmo na criação de novos produtos. Na criação de novos sabores, por exemplo, a IA é utilizada para testar diferentes combinações de ingredientes e identificar as receitas mais saborosas, atrativas e saudáveis, com menos açúcar e gordura. Além disso, a tecnologia de impressão 3D é utilizada para criar sorvetes personalizados com formas e desenhos únicos.

Creamy Sundae

“A primeira aplicação foi no lançamento de um novo produto, o Creamy Sundae, que entrou para o cardápio fixo das lojas com sabores sugeridos pela IA. Usamos a IA para identificar tendências de sabores. Demos um input sobre as características do produto e quais sabores queríamos trabalhar e a IA listou quais linhas significavam as principais tendências, recomendando uma sequência de sabores. Algumas tendências já conhecíamos: todos os nossos sorvetes são sem glúten e menos 50% de gordura e de açúcar”, afirma Serandin

O segundo uso foi no aprimoramento de imagens. Serandin ressalta que a imagem publicitária tem grande importância para as vendas. Na campanha do Creamy Sundae, a IA foi usada para tratamento da imagem. O resultado foi uma qualidade acima da média, diz. Agora, a meta é usar a IA no sistema de gestão da empresa. Hoje o franqueado decide o que encomendar, fazendo ele mesmo os pedidos. A previsão é que, em dois anos, o algoritmo vai identificar que produtos cada loja necessita. A tecnologia funciona por meio do aprendizado de máquina, analisando vendas, preferências dos clientes e identificando tendências.

“A IA vai entregar o produto mais adequado para que não haja nem ruptura na ponta nem sobra de produto. Já estamos rodando alguns testes e a ideia é que, em alguns meses, tenhamos tudo integrado. Hoje já se prevê demanda a partir de séries históricas. Mas as séries históricas ficaram bagunçadas pela pandemia. Então a IA vai ajudar de forma muito mais precisa”, explica o CEO.

Para ele, as vantagens de utilizar a inteligência artificial na empresa são diversas. Com a IA, se for possível uma aceitabilidade melhor na curadoria do mix de produtos na ponta,  será um grande ganho alcançando 98% de acerto. Mas  é preciso também ficar de olho nas dificuldades na implementação da tecnologia. Sempre que uma empresa busca estar à frente, explorando inovações e tecnologias, há o desafio de lidar com o desconhecido. A aplicabilidade e a relação entre teoria e prática podem ser desafiadoras.

“Há dois caminhos para a IA. O primeiro é a IA do bem para melhorar os negócios. Mas ela também pode ser usada para o mal, por exemplo em armas e guerras porque, a IA tem uma capacidade de aprendizado ilimitada”, alerta o CEO da Ice Creamy Sorvetes.

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Da Redação

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