Huawei está mesmo banida da rede privativa do governo

O ministro Fábio Faria reiterou hoje, 26, que somente empresas com ações no mercado acionário poderão fornecer equipamentos para a rede do governo. A fabricante chinesa tem o capital fechado.

O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou hoje, 26, que o governo brasileiro manterá a exigência de que somente fornecedores que tenham ações negociadas em bolsa de valores poderão vender seus equipamentos para a rede privativa a ser construída pelas teles com o dinheiro do leilão da 5G . Com isso, a Huawei e outras fábricas chinesas, que não têm o capital aberto, não poderão vender seus equipamentos para a construção dessa rede.

Ele disse que atualmente ninguém do governo sabe qual é o equipamento que está suportando as comunicações de seus pares e, assim como a  maioria dos países, o governo brasileiro precisa também ter sua rede protegida, diferenciada das demais redes públicas.

Viagem 

O ministro explicou ainda a sua viagem para o exterior e se disse muito incomodado com as notícias publicadas de que ele teria ido “vender” o 5G na China em troca de vacina. Ele negou, até porque lembrou que ” o modelo já estava acertado antes da viagem”. “Já estavam definidos os dois “boxes”, um para a rede privativa, de acordo com o mercado acionário brasileiro, iniciativa que está sendo adotada por diferentes países”, ressaltou.

Faria justificou a decisão alegando que é necessário a preservação de informações sensíveis. “Temos que preservar as informações sensíveis e tirar qualquer coisa que seja espionagem de qualquer país. Resolvemos limpar toda a comunicação segura. Delimitado o tamanho da rede privativa, teremos uma única empresa fornecendo os equipamentos”.

Teles vão construir a rede

O ministro confirmou ainda que caberá à entidade público-privada, a ser criada após o leilão do 5G, a construção da rede privativa do governo. Ele disse que o Ministério das Comunicações não concordou em ficar apenas com os recursos a serem canalizados para essa rede, porque teria que se submeter à Lei de Licitações e o projeto poderia atrasar.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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