Huawei e Telefónica defendem regulação global para IA

Apesar de terem concordado quanto a necessidade de uma regulação global, o representante da Huawei afirmou que isso seria um caminho natural, enquanto o da Telefónica diz estar mais pessimista, pois não há consenso entre países

Tanto Huawei quanto Telefonica afirmaram hoje, 30, no MWC 2021 ser favoráveis a uma regulação global e uniformizada para inteligência artificial. Porém, discordaram a respeito de quão factível e provável é consolidar um mesmo conjunto de regras em todos os país.

Leo Mikko, chefe especialista de IA de Relações Públicas da Huawei, afirmou que uma regulação global “iria tornar as coisas tão mais fáceis”. O chefe de IA e Estratégia de Dados da Telefónica, Richard Benjamins, acrescentou que isso traria uma segurança para organizações no mundo.

Para Mikko, o surgimento de tal regulação é algo certo: “da experiência de telecom, isso é exatamente o que acontece no longo prazo. Ele ressalta que já existe autorregulação fora dos governos por meio de negócios fechados entre empresas que buscam interoperabilidade. Isso possibilitaria “usar dois fornecedores diferentes e mudar para um sistema que possui componentes similares”.

Benjamins declara ser mais pessimista. Ele ressalta que não há consenso entre os países do que é perigoso e do que é aceitável. Por exemplo, a China permite vigilância em massa por meio de inteligência artificial enquanto na União Europeia tal finalidade enfrenta resistência.

IA e telcos

As provedores de telecomunicações têm utilizado tecnologia IA principalmente para aprimorar e gerenciar suas redes, a fim de se preparar para a chegada da 5G e do edge computing, conta Sonia Agnese, analista de América Latina da Omdia. Segundo ela, a IA também tem sido empregada para melhorar o customer experience. Outra tendência é a formação de parcerias entre telcos e hyperscales, como Verizon que fechou com IBM, AT&T e Google. Com isso, as operadoras visam contar com aplicações como IA e nuvem.

Richard Benjamins lembra que as telcos foram uma das primeiras companhias a focar em IA. Apesar disso, o setor não é alvo de amplas regulações nesse campo. Assim, as telcos teriam mais facilidade para “tentar coisas novas do que companhias da área de finanças e seguro, por exemplo”. “Há muita experiência que eles [telcos] podem trazer para os demais segmentos”, comentou.

 

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Ramana Rech

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