Huawei admite sentir o peso das sanções dos EUA

Chairman da companhia diz que empresa tem chips para honrar compromissos de entrega de smartphones e equipamentos de rede, mas afirma que a meta da companhia hoje é "sobreviver"

O chairman da Huawei, Guo Ping, afirmou nesta quarta-feira, 23, que a companhia tem estoques suficientes para lidar com o embargo promovido pelos Estados Unidos e cumprir os compromissos de entrega atuais. O governo de Donald Trump declarou a Huawei uma ameaça à segurança do país, e limitou os negócios entre fabricantes de chips e desenvolvedores locais com a gigante chinesa.

Ping afirmou ainda que as medidas dos EUA estão prejudicando a cadeia de suprimentos global. Ele se apresentou em evento anual da Huawei, realizado em Xangai.

Segundo o executivo, a empresa busca alternativas ao fornecimento de empresas norte-americanas. Ele admitiu que os ataques dos EUA à Huawei estão criando grandes desafios à produção e operação da empresa, por isso, a meta é “sobreviver”.

Ele afirmou que a Huawei conseguiu comprar uma grande quantidade de chipsets para seus equipamentos em meados deste mês, mas que ainda avalia o impacto da dificuldade crescente em negociar com fornecedores norte-americanos ou que dependam de tecnologia dos EUA.

A Huawei é uma das maiores compradoras de chips do planeta. Por isso, diferentes companhias dos EUA pediram ao Departamento de Comércio dos EUA licenças para atender à demanda da fabricante. Entre as quais, Intel e Qualcomm.

A jornalistas, Ping afirmou que a empresa deseja continuar comprando componentes dos EUA, e espera que o governo local reconsidere a medidas de bloqueio.

Outro executivo da empresa, David Wang, presidente da divisão de produtos e soluções, afirmou que a política americana de incentivar outros países a adotarem o que vem chamando de 5G Limpo, que na prática são redes sem tecnologia chinesa, não teve impacto nos negócios.

Ele afirmou que a escolha das redes precisa ser racional e atender a padrões, em vez de depender de governos ou políticos. “Acredito que países e operadoras farão a escolha baseados em escolhas próprias, racionais, embasadas em fatos e regras”, disse. (Com agências internacionais)

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Da Redação

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