Homens brancos dominam o mercado de filmes brasileiros, diz Ancine

Conforme a pesquisa divulgada hoje,25, pela Ancine, mais de 70% dos 142 longas lançados comercialmente no ano passado são dirigidos por homens brancos. Nenhum por mulheres negras.

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O mercado cinematográfico brasileiro é uma indústria protagonizada por homens brancos. Levantamento da Agência Nacional do Cinema – Ancine -tendo como base os 142 longas-metragens brasileiros lançados comercialmente em salas de exibição no ano de 2016 mostra que são dos homens brancos a direção de 75,4% dos longas. As mulheres brancas assinam a direção de 19,7% dos filmes, enquanto apenas 2,1% foram dirigidos por homens negros. Nenhum filme em 2016 foi dirigido ou roteirizado por uma mulher negra.

universo da pesquisa apresentada consistiu na análise dos 142 longas brasileiros lançados em 2016, segundo dados do SADIS – Sistema de Acompanhamento da Distribuição em Salas de Exibição. Cada filme teve as funções de Direção, Roteiro, Produção Executiva, e Elenco classificadas quanto a identidade de gênero e raça/cor.  Já as funções de Direção de Fotografia e Direção de Arte tiveram classificação quanto a identidade de gênero. No total, foram analisadas 1.326 pessoas envolvidas no cinema brasileiro de 2016.

A análise apontou o domínio de homens brancos não apenas na direção, mas nas principais funções de liderança no cinema, o que evidencia que as histórias exibidas nas telas do país, produzidas por brasileiros, têm sido contadas majoritariamente do ponto de vista dos homens: 68% deles assinam o roteiro dos filmes de ficção, 63,6% dos documentários, e 100% das animações brasileiras de 2016.  Os homens dominam também as funções de direção de fotografia (85%) e direção de arte (59%).

As posições só se invertem nas funções de produção. Assinam a produção executiva 36,9% de mulheres brancas, contra 26,2% de homens brancos.  As equipes mistas, com homens e mulheres brancas, somam 26,2%. Os homens negros assumem 2,1% da função de produção. Sozinhas, as mulheres negras não assinam nenhuma produção. Apenas 1% de mulheres brancas e negras respondem à função em equipes mistas. 

A participação nos elencos das obras também mostra a sub-representação da população negra.  Apesar de o Brasil ser formado por 50,7% de negros, o percentual de negros e pardos no elenco dos 97 filmes brasileiros de ficção lançados em 2016 foi de apenas 13,4%. (assessoria de imprensa). 

 

 

 

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Da Redação

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