GVT: patrimônio de R$ 11 bi e prejuízo de R$ 2,6 bi em 2015
A Telefônica Brasil divulgou mais detalhes sobre as condições financeiras que cercam a fusão com a GVT. Em 1° de abril a companhia realiza uma assembleia geral extraordinária de acionistas para votar a reestruturação da companhia com a incorporação da GVTPart, empresa que de detém o controle da GVT, comprada ano passado.
Em 2015, receita operacional líquida da GVT foi de R$ 5,7 bilhões. Houve prejuízo, no entanto, de R$ 2,6 bilhões. Em 2014, havia registrado lucro de R$ 631 milhões. A dívida era de R$ 1,1 bilhão.
O patrimônio da GVTPart é estimado em R$ 11 bilhões. Desse montante, o acervo líquido referente à GVT é de R$ 7,7 bilhões. O patrimônio restante permanecerá na empresa que não oferece serviços de telecomunicações, a Pop Internet, equivalente a R$ 3,9 bilhões. O capital social a ser incorporado será de R$ 13,5 bilhões. O capital social da Telefônica, que não mudará, se manterá em R$ 63,5 bilhões.
A proposta de reestruturação, já aprovada pelo conselho de administração da Telefônica, prevê a incorporação dos ativos da GVT, e manutenção da Pop Internet funcionando como subsidiária do grupo. As mudanças vão extinguir a GVTPart e a GVT S.A. Para concluir a operação, não será necessário qualquer aumento de capital, uma vez que ano passado a Telefônica já realizou oferta pública de ações com a intenção de financiar a aquisição.
O que será incorporado?
A GVT que passa a ser parte integral da Telefônica diz respeito ao conjunto de infraestrutura e serviços em telecomunicações da empresa paranaense fundada por Amos Genish, convertido em CEO da Telefônica após a compra. A GVT terminou 2015 com uma rede de fibra de 35 mil km de extensão, que atravessa Sul, Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste. Os serviços de banda larga usam tecnologia FTTC, com velocidades 300 Mbps. Eram, ao final do ano, 3,1 milhões de clientes banda larga.
A rede já teria trechos grandes com tecnologia GPON, com capacidade de oferta de conexões de 500 Mbps. Cerca de 39% da base tem planos com velocidade entre 12 Mbps e 34 Mbps. E 31% assinam também algum pacote de TV da operadora.
Em 2015, a GVT detinha um market share de 12,5% no mercado de banda larga, de 36% no mercado de alta velocidade (acima de 12 Mbps), de 10,0% no mercado de telefonia fixa e de 5,3% no mercado de TV por assinatura, de acordo com dados da Anatel. A GVT em 2015, aumentou a planta fixa com a instalação de 570 mil novas portas de acesso, sendo 120 mil em FTTH (tecnologia GPON), atendendo velocidades de até 50 Mbps em metálico e 300 Mbps na fibra, consolidando a ativação de 221 mil novos clientes líquidos.