GSMA, que reúne as teles, critica reserva de 5G para indústria
A GSMA, entidade que representa as principais operadoras de telefonia celular do mundo, publicou um relatório criticando a iniciativa de agências reguladoras de reservar uma parte do espectro da 5G (em 3,5 GHz) para outros segmentos industrias, que não de telecomunicações. Essa tendência também está sendo analisada pela Anatel, conforme disse o presidente da agência, Leonardo de Morais, em Live realizada em maio pelo Tele.Síntese.
Para a entidade, as agências que estão reservando, ou pensam em reservar uma faixa desse espectro para uso privado pelas indústrias verticais “correm o risco de reduzir a cobertura, prejudicando o desempenho da nova tecnologia em seus países”.
A GSMA alerta que, se for alocado um pedaço dessa frequência para uso privado, corre-se o risco de ficar subutilizada e comprometer o processo de alocação de espectro. Para a entidade, o melhor que seria que as operadoras móveis atendessem às crescentes necessidades da indústria.
“As operadoras móveis já suportam verticais industriais e podem fornecer redes privadas com espectro dedicado, quando necessário”, argumenta a entidade.
Outras opções viáveis , cita a GSMA, incluem políticas de compartilhamento de espectro, leasing de espectro ou o uso de frequências não licenciadas.
A Alemanha foi o primeiro país a reservar faixa da 5G para ser ocupada exclusivamente pelo segmento industrial para suas redes privadas, sem a intermediação das operadoras de celular.
Brasil
Na consulta pública sobre o leilão da 5G lançada pela Anatel, vários entidades do segmento industrial, da defesa, de energia elétrica e do petróleo pediram frequências para seus serviços privados. O presidente da Anatel chegou a sugerir que o Brasil poderia destinar um pedaço da faixa mais alta – entre 3,7 e 3,8 GHz para esse serviço.
Outros países que começam a licitar as faixas de 5G já pensam em também destinar um espectro para essa indústria.